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    Empreiteiro kirchnerista é preso sob suspeita de lavagem de dinheiro

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES

    05/04/2016 21h23

    O empresário Lázaro Báez, dono de uma das construtoras que mais venceram licitações de obras nos governos de Néstor e Cristina Kirchner (2003-2015), foi preso na tarde desta terça-feira (5) ao descer de seu avião particular no aeroporto de São Fernando, na Grande Buenos Aires.

    Báez é investigado por lavagem de dinheiro e foi detido preventivamente após a Justiça avaliar que havia risco que ele fugisse dois dias antes da data em que deveria se apresentar para depor.

    O empresário fora convocado para dar esclarecimentos sobre um vídeo em que seu filho Martín aparece contando US$ 5,1 milhões (R$ 18,8 milhões) em uma financeira.

    Segundo o mandado de prisão, há suspeitas de que o dinheiro tenha origem ilícita. O contador do grupo, Sebastián Perez Gadín, também foi detido.

    Báez era um dos melhores amigos do ex-presidente Néstor Kirchner, morto em 2010, tendo sido responsável por construir o gigante mausoléu onde o político foi enterrado.

    O empresário também é investigado no caso Hotesur por ter supostamente pagado diárias fictícias ao grupo hoteleiro de Cristina Kirchner. Nas últimas semanas, no entanto, a relação entre as famílias Kirchner e Báez azedou.

    Em meio a várias denúncias de corrupção feitas pela imprensa, o empresário afirmou que a cunhada de Cristina, Alicia (que também é governadora da província de Santa Cruz), não tinha como explicar seu patrimônio.

    Antes, em uma tentativa de dissociar a imagem dos Kirchner da de Báez, Alicia dissera que sua família não tinha nenhuma sociedade com o grupo empresarial e criticou a atuação da construtura.

    "A empresa [de Báez] não cumpriu com as obras da província e, por isso, pedi rescisão dos contratos."

    TRENS

    O ex-secretário de Transportes kirchnerista Ricardo Jaime foi preso recentemente também porque a Justiça avaliou que havia possibilidade de fuga.

    Detido desde sábado (2), ele é suspeito de corrupção e apontado como responsável por uma compra pública de € 101 milhões (R$ 420,4 milhões) em trens usados da Espanha e de Portugal. Os vagões nunca funcionaram na Argentina.

    Na segunda (4), Jaime afirmou que realizou a aquisição obedecendo ordens de Néstor e Cristina Kirchner. A intenção do então presidente, segundo o ex-secretário, era reformar os trens na Argentina.

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