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    eleições nos eua

    Série de vitórias de Ted Cruz aumenta risco de convenção republicana rachar

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    07/04/2016 02h00 - Atualizado às 21h54
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    A derrota do empresário Donald Trump nas prévias partidárias de Wisconsin, uma de suas piores performances até agora na corrida pela candidatura republicana, reduziu o espaço de manobra do magnata para tornar-se o nome do partido nas eleições de 8 de novembro deste ano.

    Embora lidere a corrida, Trump precisaria melhorar muito seu desempenho para conquistar o número necessário de votos e evitar um cenário que não ocorre no Partido Republicano desde 1976, uma "convenção disputada", em que nenhum candidato consegue garantir maioria nas prévias e a votação, no evento, pode ser reaberta para uma nova rodada sem vínculo com as urnas.

    Vencedor das prévias de Wisconsin, o senador ultraconservador Ted Cruz disse que foi um momento de "virada" na campanha, e muitos analistas concordaram.

    A derrota de Trump não foi uma surpresa, já que ele sempre esteve atrás nas pesquisas, mas ela veio depois de uma série de tropeços da campanha do bilionário, do indiciamento de um assessor por agredir uma repórter à declaração de que mulheres devem ser punidas se fizerem aborto (depois desmentida).

    Isso levou analistas e políticos a questionar, mais uma vez, se a ascensão do magnata havia atingido seu teto e ele começará a cair.

    Wisconsin pode ser um ponto de inflexão na campanha para os dois lados, afirmou Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato presidencial republicano em 2012.

    Ainda que as vulnerabilidades de Trump tenham ficado mais claras para o eleitor e para o partido, diz ele, o bilionário poderá se fortalecer se reconhecer os erros para fazer uma correção de rumo.

    "Se ele se tornar um candidato presidencial mais profissional, ele será formidável. Caso contrário, não será o candidato", avalia Gingrich.

    Para o analista de pesquisas Nate Cohn, do "New York Times" o que surpreendeu não foi a derrota de Trump, mas a força mostrada por Cruz. "É cedo para saber se os ganhos de Cruz serão duradouros", escreveu Cohn no "Times". "Mas este realmente pode ser o ponto de inflexão da campanha".

    Para o historiador e professor de política da Universidade George Washington Matt Dallek, a derrota por 13 pontos percentuais de diferença em Wisconsin (Cruz obteve 48%; Trump, 35%; e o terceiro colocado, John Kasich, 14%) tem um efeito psicológico importante para fortalecer o movimento anti-Trump.

    O bilionário lidera as pesquisas para as próximas prévias, incluindo em seu Estado, Nova York, no dia 19, mas Dallek afirma que seus opositores serão capazes de fazê-lo sangrar até uma convenção disputada, e derrotá-lo.

    "Minha sensação é que ele perderá numa primeira votação e depois os republicanos impedirão que ele conquiste a candidatura em votações posteriores", disse Dallek. "Wisconsin mostrou que é possível parar Trump".

    DEMOCRATAS

    No Partido Democrata, o senador Bernie Sanders derrotou no Estado a favorita em pesquisas nacionais, Hillary Clinton, por 57% a 43%. Embora matematicamente a ameaça à ex-chanceler seja mínima, o alongamento da disputa partidária pode torná-la mais vulnerável.

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