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    Macri anuncia que se explicará à Justiça sobre empresas offshore

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES

    07/04/2016 14h39

    Quatro dias após ser citado como diretor de uma empresa no paraíso fiscal de Bahamas, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse que se apresentará à Justiça nesta sexta-feira (8) para responder sobre seu envolvimento na offshore.

    Macri disse que pedirá uma "declaração de certeza", documento que juízes podem emitir após checarem a veracidade de informações.

    Argentine Presidency/Handout/Reuters
    O presidente da Argentina, Mauricio Macri, durante reunião com membros do governo
    O presidente da Argentina, Mauricio Macri, durante reunião com membros do governo

    "Estou tranquilo porque cumpri com a lei, informei a verdade e não tenho nada a ocultar. (...) Estou à disposição de qualquer juiz que requeira informações para verificar o que estou dizendo."

    O presidente acrescentou que já enviou todos os documentos da offshore Fleg Trading ao Departamento Anticorrupção e que também os encaminhará à Justiça civil.

    Segundo a Casa Rosada, Macri nunca declarou a empresa entre seus bens por não ter ativos da sociedade nem haver recebido pagamentos dela. A existência da companhia foi divulgada pela investigação "Panama Papers".

    Nos documentos, também foi revelado que ele era diretor de uma segunda empresa, sediada no Panamá. Este segundo caso ainda não foi enviado à Justiça argentina.

    Nesta quinta (7), a Procuradoria Federal havia entrado com um pedido para que a Justiça investigasse se Macri havia omitido de propósito sua participação na offshore e se houve irregularidades nas atividades da empresa.

    Para tentar melhorar sua imagem, o mandatário também anunciou que o governo enviou ao Congresso uma lei de acesso à informação pública e disse que seus bens passarão a ser administrados por terceiros, sem que ele tenha nenhum envolvimento.

    "Faço isso para mostrar que não somos todos iguais", afirmou, em referência à antecessora, Cristina Kirchner, acusada de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro.

    Depois do pronunciamento de Macri, manifestantes kirchneristas se reuniram na Praça de Maio, diante da Casa Rosada, em um protesto contra o presidente. Gritavam "vamos voltar" e cantavam uma música semelhante á da Copa de 2013: "Macri, decime que se siente, lavar la plata en panama" (Macri, diga-me o que sente por lavar dinheiro no Panamá).

    CASOS NA OPOSIÇÃO

    Nesta semana, a Justiça argentina avançou nesta semana também em investigações de aliados ao kirchnerismo.

    Na quarta (6), a Suprema Corte anulou a prescrição da ação contra o venezuelano Antonini Wilson, que tentou entrar no país em 2007 com US$ 800 mil. O dinheiro teria sido enviado pelo chavismo para financiar a primeira campanha de Cristina.

    A reabertura aconteceu um dia depois da prisão de Lázaro Báez, empreiteiro ligado aos Kirchners e investigado por lavagem de dinheiro.

    Ele está preso na mesma cadeia que Ricardo Jaime, ex-secretário de Transporte. Jaime é apontado como o responsável por comprar trens que nunca foram usados.

    A própria ex-presidente também terá que depor na próxima quarta (13) para depor sobre a venda de dólares realizada pelo Banco Central a preço abaixo do mercado.

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