A polícia da Macedônia usou gás lacrimogêneo para afastar centenas de refugiados que se aproximaram de uma cerca na fronteira com a Grécia neste domingo (10).

O aumento das tensões que duram semanas aconteceu depois que mais de 50 pessoas se reuniram na cerca do campo de Idomeni, na Grécia.

Uma testemunha ouvida pela agência Reuters disse que o grupo de refugiados se dirigiu aos guardas e pediu que eles liberassem a passagem.

Depois da receber uma resposta negativa, eles caminharam em direção à cerca. "Eles jogaram pedras contra a polícia macedônia. A polícia atirou gás lacrimogêneo em resposta", disse uma autoridade da Macedônia que pediu anonimato.

"Os imigrantes estavam empurrando a cerca mas permanecendo do lado grego da fronteira. A cerca ainda está lá, eles não avançaram por ela."

"Dezenas de pessoas ficaram feridas, sofrem sobretudo problemas respiratórios. Três delas foram levadas para o hospital de Kilkis", uma cidade próxima do norte da Grécia, disse Achileas Tzemos, diretor da entidade Médicos Sem Fronteiras.

A Grécia condenou a ação dos policiais como "perigosa e deplorável" por usar granadas de efeito moral e de gás e balas de borracha contra os refugiados. A Macedônia disse que usou apenas bombas de gás.

Mais de um milhão de pessoas que fogem de conflitos entraram na Europa nos últimos meses, a maior parte através da Grécia.

A União Europeia está implementando um acordo sob o qual todos os que chegarem à Grécia serão enviados de volta à Turquia se não atenderem aos critérios de asilo.

Os migrantes que esperam na Grécia protestaram depois dos boatos dos últimos dias de que a Macedônia abriria a fronteira.

A passagem entre os dois países permanece fechada desde o início de março, quando os países da chamada rota dos Bálcãs, pelos quais passavam os migrantes a caminho da Alemanha ou do norte da Europa, decidiram fechar suas portas..

O governo grego tentou convencer os migrantes de Idomeni a seguir para os centros de abrigo da região, mas não obteve o resultado esperado. Muitos preferiram permanecer em Idomeni, à espera da Macedônia eventualmente abrir a fronteira.