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    Justiça venezuelana declara lei de anistia a opositores inconstitucional

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    11/04/2016 21h28

    O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, máxima instância do Judiciário do país, declarou nesta segunda-feira (11) como inconstitucional a lei de anistia a opositores presos aprovada em março pelo Legislativo.

    A corte atende a apelo feito pelo governo do presidente Nicolás Maduro, que é contra a absolvição dos rivais condenados por envolvimento nos protestos que deixaram 43 mortos em 2014.

    4.jan.2016/Reuters
    Venezuela's President Nicolas Maduro talks to governors, ministers and deputies from the Venezuela's United Socialist Party (PSUV), during a meeting at Miraflores Palace in Caracas, in this handout picture provided by Miraflores Palace on January 4, 2016. Venezuelan President Nicolas Maduro on Monday eliminated the National Assembly's control over nomination and removal of central bank directors through a legal reform that the opposition slammed as aimed to curtail its power a day before it takes leadership of the legislature. REUTERS/Miraflores Palace/Handout via Reuters ATTENTION EDITORS - THIS PICTURE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. REUTERS IS UNABLE TO INDEPENDENTLY VERIFY THE AUTHENTICITY, CONTENT, LOCATION OR DATE OF THIS IMAGE. THIS PICTURE IS DISTRIBUTED EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTS. FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. IT IS DISTRIBUTED, EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTS ORG XMIT: VEN03
    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante evento no Palácio de Miraflores, em janeiro

    De acordo com o presidente, que registrou o recurso na última quinta (7), sua aprovação deixaria violações de direitos humanos impunes e provocaria uma espiral de violência no país.

    Em sua sentença, o TSJ argumenta que que a lei aprovada anistia delitos sem relação com atos políticos, inclusive faltas administrativas que violam a defesa do patrimônio público e a luta contra a corrupção no país.

    A decisão era esperada, já que normalmente as decisões do Tribunal Supremo de Justiça são favoráveis ao chavismo. Em fevereiro, a corte respaldou os decretos do presidente para enfrentar a crise econômica e a escassez.

    A instância do Judiciário derrubou o voto de censura da Assembleia Nacional, que é contrária às mudanças. O governo também recorreu ao tribunal para evitar um referendo revogatório do mandato de Nicolás Maduro.

    Já na sexta (8), o deputado de oposição Henry Ramos Allup, que preside a Assembleia, disse que a lei provavelmente seria declarada ilegal e que o TSJ servia como marionete do governo.

    Ramos Allup é um dos líderes da Mesa da Unidade Democrática, que controla a Assembleia Nacional desde janeiro. Pouco antes da posse, a legislatura anterior, dominada pelo governo, fez a troca de juízes no TSJ.

    COMISSÃO

    Nesta segunda, Nicolás Maduro disse que dará início aos trabalhos de uma comissão da verdade sobre os protestos. O grupo terá a mediação da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

    Maduro afirma a oposição terá quatro integrantes que, segundo ele, já foram selecionados por seus adversários. A oposição não fez comentários sobre a comissão.

    Os principais beneficiados com uma anistia seriam os líderes do Vontade Popular, um dos mais radicais da Mesa de Unidade Democrática.

    Dentre eles, está Leopoldo López, condenado a quase 14 anos de prisão por supostamente instigar a violência nos protestos de 2014.

    Outros dois dirigentes da agremiação que se beneficiariam são Antonio Ledezma, prefeito metropolitano de Caracas, e Daniel Ceballos, ex-prefeito de San Cristóbal. Devido a problemas de saúde, ambos estão em prisão domiciliar.

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