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    Justiça mantém na esfera federal caso de promotor morto na Argentina

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES

    11/04/2016 23h28

    A Justiça argentina decidiu nesta segunda-feira (11) manter na esfera federal o caso da morte do promotor Alberto Nisman, encontrado sem vida em seu apartamento em 18 de janeiro de 2015. As circunstâncias da morte nunca foram esclarecidas.

    Quatro dias antes de ser encontrado morto, ele havia acusado a ex-presidente Cristina Kirchner de encobrir o envolvimento do Irã no atentado à Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), que deixou 85 mortos em 1994.

    A ação foi enviada a foro federal há 20 dias. Dois juízes aceitaram a hipótese de que a morte de Nisman havia sido um homicídio. Um terceiro disse que, independente da causa da morte, o caso correspondia à Justiça Federal.

    Logo após a decisão, o técnico de informática Diego Lagomarsino, dono do revólver encontrado ao lado do corpo de Nisman, havia recorrido da decisão. A apelação foi rejeitada pela Câmara Criminal, que escolheu o juiz federal Julián Ercolini para conduzir a o processo judicial.

    Lagomarsino trabalhava para Nisman e já foi apontado como responsável pela morte. Ele afirma que o promotor pediu a arma emprestada porque precisava se proteger de ameaças de morte.

    Em fevereiro, um funcionário da Justiça argentina —o promotor-geral da Câmara Criminal, Ricardo Sáenz— afirmou pela primeira vez que o caso era de homicídio e apontou o técnico como envolvido no suposto crime.

    Na ocasião, Lagomasino afirmou à imprensa local que Sáenz poderia "dizer o que quiser", mas que está provado que ele não tem culpa.

    A hipótese do homicídio é defendida por peritos independentes e pela família de Nisman, representada por sua ex-mulher, a juíza Sandra Arroyo Salgado. Inicialmente, a Promotoria e a Polícia Federal defendiam que o promotor teria se suicidado.

    A família de Nisman vinha pedido para que a Justiça Federal ficasse responsável pela investigação desde o ano passado, pois considerava que Viviana Fein, primeira promotora a assumir o caso, era parcial ao considerar apenas a hipótese de suicídio.

    Fein e o juiz Manuel de Campos (que já trabalhou no processo) serão investigados por supostamente não terem desempenhado suas funções de forma correta.

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