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    Em 7 meses, Brasil deporta quase 200 venezuelanos em situação irregular

    CAMILA DALL'AGNOL
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BOA VISTA (RR)

    14/04/2016 12h28

    Capital de Roraima, Boa Vista se tornou foco de atração de venezuelanos que entram no país para atuar até como camelôs.

    Como consequência, a Polícia Federal já deportou, desde setembro do ano passado, 195 venezuelanos flagrados sem documentos, com prazo de permanência no Brasil vencido e trabalhando –vendendo produtos em ruas e semáforos ou até pedindo esmola, atividades incompatíveis com a condição de turista.

    Divulgação
    Índios venezuelanos que foram deportados de Boa Vista (RR) para o país vizinho
    Índios venezuelanos que foram deportados de Boa Vista, em Roraima, de volta para o país vizinho

    Na terça-feira (12), quando ocorreu a última operação no Estado, foram deportados 65 estrangeiros, todos indígenas vindos de Santa Elena de Uairén, cidade da Venezuela que faz fronteira com o Brasil e que fica a 230 quilômetros da capital de Roraima, na região Norte.

    Ao todo, as ações deste ano já resultaram na deportação de 98 venezuelanos, número maior do que o total de 2015, quando 97 deixaram o Estado de maneira forçada depois de duas operações –a primeira foi realizada em 29 de setembro.

    As operações da PF são feitas em parceria com a Prefeitura de Boa Vista, que disponibiliza ônibus para levar os estrangeiros de volta à Venezuela, país que passa por crises política e econômica.

    ÍNDIOS NUS

    De acordo com a secretária municipal de Gestão Social, Simone Queiroz, foi descoberto um acampamento de índios na última operação. Nele, 35 crianças estavam em caixas de papelão, nuas, pedindo esmolas nos semáforos. "Elas estavam vivendo em situação deplorável em meio a muita sujeira", disse.

    Ainda segundo a secretária, durante a abordagem os indígenas afirmaram que devem voltar ao Brasil devido à crise econômica do país vizinho.

    O problema com venezuelanos ilegais existe há três anos, mas se intensificou no ano passado, quando as grandes operações começaram a ser feitas.

    Esses índios vivem do turismo em Gran Sabana, reserva a 240 km de Boa Vista, onde fica o Monte Roraima. Como a crise econômica por lá afetou essa atividade, eles recorreram ao Brasil.

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