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    Por medo de réplicas, equatorianos passam 3ª madrugada fora de casa

    DIEGO ZERBATO
    ENVIADO ESPECIAL A MANTA (EQUADOR)

    19/04/2016 06h08

    Por medo de réplicas, moradores das cidades mais afetadas pelo terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o Equador no último sábado (16) passam a terceira madrugada dormindo fora de suas casas.

    Segundo o governo, 480 pessoas morreram e mais de 2.000 ficaram feridas até o momento.

    A reportagem da Folha chegou por volta das 2h locais (4h em Brasília) a Manta, cidade turística que registrou mais de cem mortos.

    No centro da cidade e no setor turístico, famílias inteiras armaram redes e colchões para dormir fora de suas casas devido ao risco de novas réplicas e desabamentos, em alguns casos perto de escombros das fachadas dos imóveis.

    Mais da metade da cidade continua sem luz, incluindo o terminal rodoviário e o bairro de Tarqui, o mais afetado pelo abalo sísmico. Nos hotéis da orla, geradores mantêm funcionando as instalações, ocupadas por equipes de resgate e jornalistas.

    Alguns dos membros das equipes de resgate e funcionários do governo dormem em carros, ligados com ar-condicionado devido ao calor de mais de 30ºC, e em sacos de dormir nas calçadas de Manta.

    A energia começou a ser restabelecida na tarde desta segunda (18). O aeroporto da cidade, que atende toda a região afetada continua liberado apenas para voos de ajuda humanitária.

    Também foi retomado o sinal de telefonia móvel e de internet. Casas e hotéis com geradores oferecem aos moradores tomadas para que recarreguem seus celulares.

    Apesar do medo, o número e a intensidade das réplicas diminuiu nas últimas horas. Moradores de Manta disseram à Folha que a última mais intensa ocorreu por volta das 14h de segunda.

    DOAÇÕES

    A cena dos moradores dormindo nas ruas se repete em Portoviejo, a 10 km de Manta, e especialmente em Pedernales, cidade mais afetada pelo terremoto.

    Na estrada de Guayaquil, maior cidade equatoriana, à província de Maiabí, a reportagem viu comboios de camionetes e caminhões trazendo ajuda humanitária e tratores para ajudar nas buscas e ambulâncias em ambos os sentidos.

    O país está mobilizado em uma campanha de doações, a exemplo do que foi feito no Chile no terremoto de 2010.

    As grandes emissoras de televisão colocam seus astros para pedir recursos às famílias afetadas e os estúdios para receber as doações.

    Tanto em Quito como em Guayaquil há campanhas também nos aeroportos, que estão recebendo voluntários e membros de organizações humanitárias.

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