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    Novo assessor de Donald Trump cria versão 'disciplinada' do republicano

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    21/04/2016 02h15

    Após ganhar 60% dos votos -o quádruplo de Ted Cruz- e 89 dos 95 delegados na prévia republicana de Nova York, na terça (19), Donald Trump pode agradecer a um homem chamado por amigos de "Conde de Monte Cristo" (entre os democratas, venceu Hillary Clinton).

    Uns atribuem o apelido ao ar misterioso do estrategista que já prestou serviços aos ex-presidentes republicanos Gerald Ford (1976), Ronald Reagan (1980) e os Bush pai (1988) e filho (2000) -talvez pelo jeito de ajeitar o casaco.

    A vingança que o "conde" Paul Manafort planeja é em nome do bilionário, que a seu comando promoveu uma série de mudanças para impulsionar sua campanha após sucessivas derrotas.

    Carlo Allegri/Reuters
    U.S. Republican presidential candidate Donald Trump speaks at a campaign event in an airplane hanger in Rome, New York April 12, 2016. REUTERS/Carlo Allegri ORG XMIT: NYC304
    O republicano Donald Trump em evento de campanha em Rome, no Estado de NY

    Contratado no fim de março, Manafort tem como missão garantir que o pré-candidato à Casa Branca some 1.237 delegados para já chegar coroado na convenção republicana, em julho.

    Se nem ele nem os rivais Cruz e John Kasich chegarem à metade dos representantes partidários mais um, haverá uma convenção disputada, na qual estes podem votar ignorando as urnas estaduais.

    Trump dificilmente se sairia bem nela. Amostra da rejeição interna: reclamou que o sistema republicano é "podre" após Cruz levar todos os 34 delegados do Colorado, onde não é o voto popular que os dirige, mas membros do partido. Reince Priebus, presidente da legenda, devolveu no Twitter: "Poupe-nos!".

    "INSIDER"

    Aí entra Manafort, 67. Ele conhece o sistema, e bem. Estava na última convenção disputada do partido, 40 anos atrás. Trabalhou para Ford, que ganhou de Reagan a batalha e perdeu a guerra para o democrata Jimmy Carter.

    Como lobista, Manafort teve uma clientela elástica: do ex-presidente ucraniano Victor Yanukovych, aliado de Vladimir Putin deposto em 2014, ao ditador filipino Ferdinand Marcos (1917-1989).

    Votos na convenção partidária dos Democratas -

    Votos na convenção partidária dos Republicanos -

    Chegou à campanha de 2016 quando a até então bem-sucedida tática de deixar "Trump ser Trump" deu sinais de esgotamento. Fiador do lema, o coordenador Corey Lewandowski perdeu espaço -e logo após ser indiciado por agredir uma repórter (a acusação foi retirada).

    Manafort tem US$ 20 milhões (R$ 72 milhões) para esculpir uma versão adestrada do "candidato pitbull". Antes Trump apostava na comunicação em massa, o que deu certo com o "povão", disse ele ao "New York Times". "Mas a campanha chegou à fase em que importa como você ganha e onde você."

    A ideia é ter um candidato com algo de Trump, mas mais disciplinado. Ele já não se refere mais ao "Ted Mentiroso", e sim ao "senador Cruz".

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