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    Venezuela anuncia racionamento elétrico em dez Estados

    DA AFP

    21/04/2016 06h28

    A crise elétrica que afeta a Venezuela levou o governo do presidente Nicolás Maduro a anunciar nesta quarta-feira (20) um racionamento no fornecimento de energia elétrica nos dez Estados mais populosos e industrializados do país, incluindo a região de Caracas.

    "Não houve consciência das pessoas na economia residencial, motivo pelo qual será necessário aplicar um plano de administração da distribuição", sobre o qual darei os detalhes nos próximos quatro dias, anunciou o ministro de Energia Elétrica, Luis Motta Domínguez, durante uma transmissão de TV a partir da Central Hidroelétrica de Guri.

    Boris Vergara - 14.abr.2016/Xinhua
    Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, saúda partidários durante ato na frente do parlamento
    Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, saúda partidários durante ato na frente do parlamento

    Domínguez afirmou que Guri, que fornece 70% da energia elétrica consumida no país, "segue perdendo volume paulatinamente e está se aproximando da cota mínima operacional", o que exige o racionamento.

    Motta destacou que o "maior consumo elétrico é o residencial", representando 63%, com principal demanda nos estados de Zulia, Gran Caracas, Carabobo, Aragua, Lara Bolívar, Miranda, Barinas, Monagas e Falcón.

    O país com as maiores reservas de petróleo do mundo, que viveu uma dura crise elétrica em 2010, sofre apagões e racionamentos de água, aumentando as dificuldades do dia a dia.

    O presidente Nicolás Maduro disse nesta quarta que "lamentavelmente a economia de que necessitamos em nível residencial não foi obtida" e previu medidas para "salvar Guri" do colapso.

    Caracas estava a salvo dos apagões que afetam o interior do país há vários anos, e inclusive o único plano de racionamento desenhado para a capital do país, em 2010, foi suspenso após poucos dias.

    A partir de 1º de maio, os relógios serão adiantados em meia hora, com o país retornando ao horário que vigorou até 9 de dezembro de 2007, quando o então presidente Hugo Chávez fixou a hora em -4h30 GMT, em outra medida para poupar energia.

    O governo também declarou as sexta-feiras dia de folga para o setor público nos próximos dois meses. Além disso, a carga horária de trabalho em ministérios e empresas públicas foi reduzida durante a semana.

    Na Semana Santa, os setores público e privado foram liberados de trabalhar, o que, segundo o governo, teve um resultado bem-sucedido para poupar energia.

    No início do mês, Maduro decretou a ampliação para nove horas diárias o racionamento de energia para grandes consumidores, como os hotéis, que devem gerar sua própria eletricidade. A medida teve início em fevereiro, por quatro horas, e levou as lojas a encurtar seu horário de funcionamento.

    Analistas econômicos advertem que tais medidas afetam a produtividade de um país que já enfrenta uma aguda crise econômica, recessão, a mais alta inflação do planeta (180% em 2015) e escassez de alimentos.

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