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    Familiares pedem explicações sobre explosão no México que matou 28

    DA AFP

    22/04/2016 12h12

    Um grupo de 300 pessoas foi pedir explicações em frente à petroquímica mexicana de Vinilio, conhecida como Pajaritos, nesta quinta-feira (21), depois que uma forte explosão provocada por um vazamento matou ao menos 28 pessoas.

    Familiares das vítimas se concentraram em frente à petroquímica, localizada em Veracruz, a leste do México, enquanto esperavam que policiais informassem o que teria ocorrido com seus parentes. Houve conflito com os militares que estavam no local.

    Xinhua-21.abr.16/Notisur
    Familiares entram em conflito com militares na petroquímica Pajaritos
    Familiares entram em conflito com militares na petroquímica Pajaritos

    Um grupo de mulheres rezava em frente a um cenário desolador: caldeiras corroídas por cal, estruturas de metal retorcidas pelo fogo e um prédio de escritórios de quatro andares com os vidros quebrados e o mobiliário revirado.

    "Queremos que nos entreguem nossos parentes, que não os tenham perdido", disse Guadalupe Torres, chorando, à agência de notícias France Press. Ela não tinha informações sobre seu irmão Fernando, um jovem de 21 anos que estava em sua última semana de trabalho em Pajaritos.

    Militares lutavam para conter os manifestantes, cujas reclamações misturadas com os prantos aumentaram quando carros da perícia e veículos militares chegaram ao local.

    "Não sabia que era tão perigoso. Se soubesse, não teria deixado ele ir", explicou Araceli Cordero, indígena que viajou desde Chiapas, a sudeste do país, para saber o que ocorreu com seu filho Víctor, 21, que trabalhava na petroquímica.

    A Pajaritos é copropriedade da estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) com a privada Mexichem, que opera a unidade. Na quinta, o diretor geral da Pemex, José Antonio González Anaya, afirmou ao canal Televisa que a forte explosão, que provocou uma gigantesca coluna de fumaça tóxica, foi provocada por um vazamento.

    Presidencia de México-21.abr.16/Xinhua
    O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, abraça familiar de vítima em visita ao local da explosão
    O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, abraça familiar de vítima em visita ao local da explosão

    Moradores da região atingida correram desesperados ao recordar a explosão ocorrida em 1991 na mesma unidade da petroquímica, também causada por um vazamento de gás e que, oficialmente, deixou seis mortos, apesar de a mídia local afirmar que houve dezenas de vítimas.

    "Vivemos em uma bomba-relógio. A tragédia [de quarta] seria semelhante à que ocorreu há mais de 20 anos", disse Abelardo Garduza, um comerciante da vila de Allende, que fica a dois quilômetros do local.

    A explosão estremeceu uma ampla área de Coatzacoalcos, na costa do Golfo de México, provocando cenas de pânico. Autoridades ordenaram que 2.000 moradores abandonassem suas casas, e as aulas foram suspensas na quinta. Após a proteção civil constar não haver risco de contaminação, parte da situação foi normalizada e as pessoas foram autorizados a retornar a seus lares.

    De acordo com o governo mexicano, o número de pessoas desaparecidas caiu de 18 para oito. A tragédia deixou 136 feridos. Dezenove deles continuam hospitalizados, 13 em estado grave.

    Nos últimos anos foram registrados vários incidentes em instalações da Pemex, desde acidentes dentro das unidades a explosões em dutos de gasolina, perfurados por grupos criminosos que traficam combustível.

    Em janeiro de 2013, 37 pessoas morreram em uma grande explosão na sede da Pemex na Cidade do México. Em setembro de 2012, uma explosão de gás em uma unidade na cidade de Reynosa (Tamaulipas, nordeste) matou 30 trabalhadores.

    A Pemex, vital para as finanças públicas mexicanas, enfrenta a queda dos preços internacionais do petróleo, o roubo de combustível por parte do crime organizado, e uma drástica redução da sua produção, de 3,4 milhões de barris diários em 2004 para 2,2 milhões em 2015.

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