• Mundo

    Saturday, 18-May-2024 10:12:59 -03

    Prefeito de Londres atrai críticas ao chamar Obama de 'metade queniano'

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    22/04/2016 17h09

    O prefeito de Londres, Boris Johnson, que é um dos líderes da campanha para que o Reino Unido saia da União Europeia, enfrentou uma onda de críticas nesta sexta (22) ao sugerir que o presidente dos EUA, Barack Obama, tem uma "aversão ancestral pelo Império britânico" por causa de suas raízes quenianas.

    Durante uma visita ao Reino Unido, Obama entrou no debate britânico sobre a continuidade na União Europeia, pedindo que os eleitores apoiem a permanência do país no bloco de 28 países.

    Stefan Wermuth -19.abr-2016/Reuters
    Prefeito de Londres, Boris Johnson, participa de evento na Trafalgar Square
    Prefeito de Londres, Boris Johnson, participa de evento na Trafalgar Square

    Durante uma coletiva com o premiê David Cameron, Obama disse: "Não acho que a UE abrande a influência do Reino Unido no mundo —ela a aumenta".

    Sua opinião —também expressa em um artigo no jornal "Daily Telegraph"— irritou aqueles que defendem a saída em um referendo em 23 de junho, acusando o líder americano de interferência interna.

    Johnson disse que o conselho do Obama era "paradoxal, inconsistente, incoerente" porque os americanos "nunca contemplariam nada como a UE para si mesmos".

    Escrevendo no tabloide "The Sun", Johnson relembrou uma alegação de que um busto do ex-premiê britânico Winston Churchill (1951-1955) foi retirado do Salão Oval depois da eleição de Obama e devolvido à embaixada britânica.

    Johnson escreveu que alguns interpretaram a remoção do busto como "símbolo da aversão ancestral do presidente metade queniano em relação ao Império Britânico, o qual Churchill defendia fervorosamente".

    O pai falecido de Obama era do Quênia, uma ex-colônia britânica que conquistou a independência nos anos de 1960.

    Mais tarde, Johnson afirmou que era "um grande fã de Barack Obama" e que não havia tentado sugerir que o presidente era antibritânico.

    Mas os comentários do prefeito atraíram críticas de seus opositores políticos. O ex-líder democrata-liberal Menzies Campbell disse que "esse ataque constitui uma mancha inaceitável".

    Justin Tallis/AFP
    Primeiro-ministro britânico, David Cameron (esq.), cumprimenta presidente Barack Obama em Londres
    Primeiro-ministro britânico, David Cameron (esq.), cumprimenta presidente Barack Obama em Londres

    "Muitas pessoas acharam o pesado ataque de Boris Johnson contra a sinceridade do presidente Obama profundamente ofensivo", disse.

    Stephen Wall, ex-representante permanente do Reino Unido na UE, disse: o comentário de Johnson sobre a herança queniana "é degradante para o debate", enquanto a legisladora trabalhista Diane Abbott disse que a "descrição feita por Boris de Obama como 'metade queniano' reflete a pior retórica do movimento ultrarradical americano Tea Party".

    Obama não respondeu diretamente às declarações sobre sua ascendência. Mas ele mencionou o busto de Churchill, afirmando que o Salão Oval tinha um espaço limitado e, como primeiro presidente negro dos EUA, pensou ser importante ter um busto de Martin Luther King Jr. no local.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024