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    paris sob ataque

    Extraditado da Bélgica, suspeito de ataque em Paris é acusado na França

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/04/2016 05h59 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    TVbrussels-13.abr.16/Associated Press
    Imagem feita por câmeras de segurança neste ano mostram Salah Abdeslam
    Imagem feita por câmeras de segurança neste ano mostram Salah Abdeslam

    A Procuradoria da Bélgica anunciou que Salah Abdeslam, suspeito-chave nos atentados de 13 de novembro de Paris e vinculado aos autores dos ataques de Bruxelas, foi extraditado para a França nesta quarta (27).

    "No caso relativo aos ataques de 2015, Salah Abdeslam foi colocado à disposição das autoridades francesas esta manhã, em execução à ordem de detenção europeia emitida contra ele pela França em 19 de março de 2016", afirmou um comunicado da Procuradoria da Bélgica.

    Já em solo francês, Abdeslam foi acusado formalmente de assassinatos em ato terrorista, posse e uso de bombas e armas, afirmou o advogado do suspeito, Frank Berton.

    Segundo o advogado, o extremista será encaminhado a uma prisão fora de Paris, ainda nesta quarta (27).

    Maya Vidon-White - 15.nov.2015/Xinhua
    Pessoas fazem tributo às vítimas dos atentados de Paris, um ano após ataques que mataram 130
    Pessoas fazem tributo às vítimas dos atentados de Paris, um ano após ataques que mataram 130

    A rápida e secreta transferência surpreendeu até o advogado de Abdeslam na França, que precisou viajar rapidamente de Lille ao Palácio de Justiça, em Paris, para encontrar-se com seu cliente.

    Berton descreve Abdeslam como uma homem jovem que está "desmoronando" e pronto para cooperar. Ao canal francês de televisão "iTele", o advogado ressaltou que o suspeito "tem coisas a esclarecer e quer explicar o caminho que percorreu até sua radicalização", assim como seu papel nos ataques, mas que não pode se responsabilizar pelas ações dos outros.

    "Isso significa ser julgado por fatos e atos que ele cometeu, mas não por ações em que não teve participação. [Ele não pode ser julgado] só por ser o único sobrevivente dos ataques", disse Berton. Acredita-se que dentre os terroristas de Paris, apenas Abdeslam tenha sobrevivido.

    É esperado que o depoimento do suspeito, francês de 26 anos de origem marroquina, esclareça como foram planejados os eventos da noite do dia 13 de novembro, quando três grupos terroristas realizaram ataques na casa de shows Bataclan, no estádio de futebol Stade de France e em restaurantes, deixando 130 mortos. Seu papel exato nos ataques ainda é um mistério.

    Abdeslam foi detido em março deste ano em Molenbeek, bairro de Bruxelas, três dias depois de uma troca de tiros com a polícia em Bruxelas, pela qual o francês é acusado de tentativa de homicídio.

    Jean-Jacques Urvoas, ministro da justiça da França, disse que Abdeslam ficará em isolamento em uma prisão de Paris, vigiado por guardas especialmente treinados para lidar com "pessoas consideradas perigosas".

    Berton ressaltou que o suspeito "tem o direito de ser defendido", pois "vivemos em uma democracia, e não em um Estado totalitário".

    Magistrado aposentado especializado em terrorismo, Jean-Louis Bruguiere disse que a chegada de Abdeslam à França é importante, mas que a investigação está longe de terminar.

    "O que é importante não são apenas suas declarações, mas o confrontamento das mesmas com elementos concretos", declarou à iTele.

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