• Mundo

    Saturday, 27-Apr-2024 20:32:04 -03

    Manifestações de 1º de Maio levam milhares às ruas pelo mundo; veja

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/05/2016 10h21

    Mais de 200 pessoas foram detidas em Istambul, na Turquia, durante manifestações em celebração ao Dia Mundial do Trabalhador (1º de maio).

    De acordo com as autoridades turcas, mais de 24.500 membros das forças de segurança foram mobilizados para acompanhar os atos na cidade. O governo disse que, com os 207 detidos, foram encontrados 40 coquetéis molotov, 17 granadas, 176 fogos de artifício e "cartazes ilegais".

    Parte das detenções e dos confrontos com a polícia ocorreu após alguns manifestantes tentarem furar o bloqueio à praça Taksim. O local foi palco, em 2013, de diversos protestos contra o governo do então primeiro-ministro (hoje presidente) Recep Tayyip Erdogan.

    Durante a confusão, um homem de 57 anos foi atropelado e morto por um blindado que tentava dispersar o protesto com jatos d'água.

    A praça Taksim recebeu celebrações de 1º de Maio em Istambul até 1977, quando 34 pessoas foram mortas pela polícia. O local foi reaberto para manifestações na década de 2000, mas fechado novamente em 2013.
    Neste domingo (1º), a praça ficou bloqueada e tomada por policiais. Linhas de transporte público nas proximidades foram suspensas.

    Com a restrição, milhares de pessoas compareceram a um ato em uma área definida pelo governo, no distrito Bakirkoy. "Ninguém aqui tem armas ou bombas. As pessoas querem vir para se expressar, mas o Estado impede que elas venham até mesmo para áreas pré-designadas", disse a sindicalista Fatma Akaltu.

    Diversas medidas de segurança foram tomadas nos arredores de Bakirkoy pela polícia, que apreendeu cartazes considerados "inapropriados" e revistou manifestantes.

    A Turquia atravessa uma grave crise política. O governo Erdogan vem reprimindo a oposição e meios de imprensa críticos ao governo.

    Além disso, o país é constante alvo de atentados da facção terrorista Estado Islâmico -foram dois somente neste ano- e de milícias curdas. Em Ancara, a capital, a polícia deteve no sábado (30) quatro homens suspeitos de planejarem ataques durante as celebrações de 1º de maio.

    Um ato previsto em Gaziantep foi cancelado após um carro-bomba explodir em frente a uma delegacia. Dois policiais morreram e outras 22 pessoas ficaram feridas.

    Outros três soldados turcos morreram em um ataque de rebeldes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) na província de Mardin.

    MUNDO

    O 1º de maio é comemorado em diversos países do mundo. Ele marca a data o início de uma série de manifestações realizadas em 1886 por trabalhadores de Chicago, então o maior centro industrial dos Estados Unidos, pela redução da jornada de trabalho para oito horas diárias.

    Na França, as comemorações de 1º de maio ganharam maior peso político com o atual debate no Parlamento sobre reformas trabalhistas. Os congressistas analisam mudanças nas regras que regem a carga horária semanal, atualmente de 35 horas —a proposta permitiria que empresas organizem horários alternativos, sem pagar horas extras, dando dias de folga.

    Segundo estimativas da polícia, mais de 84 mil franceses participaram de atos por todo o país. Em Paris, foram ao menos 16 mil, e houve confronto com as forças de segurança, que fizeram uso de gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes.

    Na Rússia, 100 mil pessoas, de acordo com a polícia, participaram em Moscou de uma grande manifestação pró-governo na Praça Vermelha.

    Em Cuba, centenas de milhares de trabalhadores marcharam em apoio às reformas na área econômica promovidas pelo ditador Raúl Castro.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024