• Mundo

    Saturday, 18-May-2024 15:50:33 -03

    Espanha aguarda convocação de novas eleições e dissolução do Parlamento

    DA RFI
    EM MADRI

    02/05/2016 10h43

    O rei Felipe 6º deve convocar ainda nesta segunda (2) novas eleições na Espanha, após fracassarem as tentativas de formação de um novo governo no país. Na terça (3), ele também assinará a dissolução do Parlamento, o que tornará esta legislatura a mais curta da história democrática do país

    Com isso, os espanhóis voltarão às urnas no próximo dia 26 de junho e os partidos políticos retomarão sua campanha eleitoral no próximo dia 10.

    Nos últimos quatro meses, o país foi governado por Mariano Rajoy, mas de forma interina.

    Segundo as últimas pesquisas de opinião, divulgadas no domingo (1º), as novas eleições devem ter resultado similar ao das eleições de dezembro. O conservador Partido Popular aparece em primeiro lugar, mas com porcentagem insuficiente para formar um governo sozinho. Logo atrás vêm os socialistas (PSOE), seguidos do Podemos, em terceiro, e do Cidadãos, em quarto.

    Esse resultado, se confirmado, pode levar a um novo gargalo político. Inclusive porque, em entrevista ao jornal "El País" desta segunda-feira, o líder dos socialistas, Pedro Sánchez, já afirmou que não há nenhuma chance de pacto com os conservadores, caso eles ganhem de novo sem maioria. Com isso, as forças políticas terminaram esses quatro meses com as mãos atadas, o que levou o monarca espanhol a ter que convocar outras eleições.

    VENCEDOR SEM MAIORIA

    O Partido Popular, a sigla conservadora do chefe de governo, Mariano Rajoy, obteve o maior número de votos nas últimas eleições, em dezembro de 2015. Só que, pela primeira vez na democracia recente espanhola, o vencedor não conquistou maioria e, por isso, necessitava de um acordo com outros partidos para formar um governo. Isolado, o PP não conseguiu pactar com ninguém.

    Pouco mais de um mês depois, o rei Felipe 6º interveio e nomeou ao líder do Partido Socialista (PSOE), Pedro Sánchez, principal oposição a Rajoy, a formar governo. Isso porque os socialistas foram a segunda força mais votada.

    Sánchez conseguiu um pacto com o Cidadãos, sigla que terminou em quarto nas urnas, mas a porcentagem era insuficiente e o Podemos, o partido de extrema esquerda que ficou em terceiro lugar, não aceitou as condições dos socialistas para participar da aliança.

    REMOTA CHANCE PARA O PODEMOS

    A chance do Podemos, a terceira força política, governar, é remota, mas mais provável do que na votação anterior. Isso porque, desde a semana passada, a sigla, que surgiu em 2011 a partir do movimento dos indignados que tomou as praças da Espanha, vem se aliando com outras forças da extrema esquerda.

    É o caso da Esquerda Unida, uma das siglas mais antigas da esquerda espanhola, que no domingo (1º) anunciou negociações avançadas com o Podemos.

    Juntos, os dois poderão ultrapassar os socialistas em número de assentos conquistados no Parlamento, o que é proporcional ao número de votos nas urnas. Com isso, a extrema esquerda ganharia mais força para negociar um possível pacto com os socialistas.

    Resta saber se também entrará neste possível pacto o Cidadãos, sigla também jovem de centro-direita que tem importantes diferenças ideológicas com o Podemos, mas que deve ser crucial para que qualquer partido consiga alcançar essa tão desejada maioria para, enfim, formar um governo.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024