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    Cristina Kirchner é denunciada sob acusação de enriquecimento ilícito

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES

    02/05/2016 22h21

    A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner foi denunciada à Justiça pela segunda vez desde que deixou o poder, em 9 de dezembro de 2015.

    Na semana passada, o Ministério Público Federal pediu para que ela e seu filho, Máximo, sejam investigados por supostos enriquecimento ilícito e falsificação de documentos públicos. O caso ficou conhecido nesta segunda-feira (2).

    Raul Ferrari - 5.abr.2016/AFP
    Amigo da família Kirchner, o empresário Lázaro Báez foi preso em Buenos Aires em 5 de abril
    Amigo da família Kirchner, o empresário Lázaro Báez foi preso em Buenos Aires em 5 de abril

    Há indícios de que imóveis da família Kirchner foram alugados por empresas de Lázaro Báez e Cristóbal López para agradecer favores prestados pela ex-mandatária.

    Báez e López são apontados como os empresários que mais enriqueceram no país durante o kirchnerismo (2003-2015), vencendo dezenas de licitações públicas.

    Preso há quase um mês sob suspeita de lavagem de dinheiro, Báez teria enviado milhões de dólares ao exterior —dinheiro que pode ter recebido como pagamento de obras superfaturadas.

    A primeira denúncia à Justiça contra Cristina decorre de sua ligação com o empreiteiro, que era um dos melhores amigos do ex-presidente e marido de Cristina, Néstor Kirchner, morto em 2010.

    López, por sua vez, vem sendo investigado por supostamente não ter repassado ao governo 8 bilhões de pesos (cerca de R$ 2 bilhões) em impostos. Esse valor foi pago por consumidores que compravam combustível das empresas de López, mas nunca chegou aos cofres públicos. Rumores indicam que o governo Kirchner facilitou para que o empresário não entregasse o dinheiro ao governo.

    O novo caso contra Cristina foi colocado em segredo de Justiça pelo juiz Claudio Bonadio, tido como um dos maiores inimigos do kirchnerismo. Ele também lidera a causa da venda de dólares no mercado futuro a preços inferiores ao de mercado, para a qual convocou Cristina a prestar depoimento.

    O juiz já investigou a suposta lavagem de dinheiro nos hotéis da ex-dirigente. Nesse processo, do qual foi afastado no fim do ano passado, há suspeitas de que Báez tenha pagado centenas de diárias para a empresa hoteleira de Cristina sem que ninguém houvesse ocupado os quartos.

    Para a deputada Margarita Stolbizer, que concorreu à Presidência no ano passado e denunciou Cristina ao Ministério Público, o esquema de aluguéis dos empreendimentos imobiliários de Cristina seria semelhante ao do hotel.

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