O empresário Donald Trump venceu a prévia republicana do Estado de Indiana, fortalecendo seu discurso de que já é o "provável candidato" do partido para as eleições presidenciais de novembro.

Diante do mau desempenho no Estado, o senador pelo Texas Ted Cruz deixou a disputa republicana à Casa Branca. O ultraconservador era o principal rival de Trump e, nos últimos meses, foi apoiado pela cúpula do partido para tentar derrotar o magnata.

Com 95% dos votos apurados, o magnata vencia com 53,2% dos votos, contra 36,6% de Ted Cruz e 7,6% do governador de Ohio, John Kasich, que até o momento permanece na campanha.

A derrota foi "um golpe devastador" para a campanha de Cruz, descreveu o "New York Times", na mesma linha de outros grande veículos. "A vitória de Trump o coloca na posição de comando para obter a candidatura em 7 de junho", definiu o jornal, em referência à data em que ocorrerá a última rodada de prévias do partido.

Embora tenha ressaltado a importância de um bom desempenho em Indiana, Cruz dissera na véspera da votação que não sairia da disputa, mesmo com uma derrota. Apesar de sua impopularidade no partido, o senador passou a ser apoiado por boa parte da elite republicana, que moveu milhões em propaganda contra Trump.

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O movimento "Pare Trump", porém, ficou longe de seu objetivo. A matemática favorece o discurso triunfalista de Trump, que tem condições de conquistar na última rodada de primárias a maioria de delegados para impedir a "convenção disputada". Mesmo que não atinja o número, ficaria perto dele, dificultando que o partido lhe negue a candidatura.

Essa é a conclusão mesmo entre alguns dos mais ferrenhos rivais de Trump no partido, como o senador Marco Rubio, que abandonou a disputa: "Você tem alguém que tem todos esses votos, muito perto de 1.237, não vamos ignorar a vontade do povo, ou eles vão ficar zangados".

Trump chegou à prévia de Indiana com 996 delegados, contra 565 de Cruz e 153 de John Kasich, governador de Ohio que também não dá sinais de que sairá da corrida. Com a vitória em Indiana, o empresário ganha quase todos 57 delegados do partido no Estado.

DEMOCRATAS

Apesar de ter chances quase nulas de ser o candidato democrata à Casa Branca, o senador por Vermont Bernie Sanders venceu as primárias do partido em Indiana e ganhou uma sobrevida no confronto com Hillary Clinton.

Com 95% dos votos apurados no Estado, ele obtinha 52,7% dos votos, contra 47,3% da ex-secretária de Estado. Mesmo com a vitória do senador, porém, Hillary compensa a desvantagem nas urnas nesta prévia com os nove superdelegados do Estado.

Os membros da cúpula democrata garantem a grande vantagem da ex-secretária. Pela contagem do site realclearpolitics, ela tem o apoio de 2.201 delegados –dos quais 520 superdelegados, contra 1.399 de Bernie Sanders.

Embora precise de 181 delegados para garantir a nomeação, as últimas vitórias de Sanders devem deixar a definição da disputa para a última superterça, em 7 de junho.

Em discurso, o senador provocou a correligionária, dizendo que espera debater com ela na Califórnia, uma dos Estados que passa por prévias na próxima superterça.

"A campanha de Hillary achava que isto tinha acabado. Erraram. Estamos em uma escalada para ganhar. Vamos brigar até o último voto", disse.

A chave para a vitória de Sanders em Indiana pode estar na propaganda: a de Hillary Clinton gastou menos em anúncios no Estado.