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    Israel para por vítimas do Holocausto, e marcha homenageia mortos

    DA AFP

    05/05/2016 20h59

    Milhares de jovens judeus de mais de 40 países se uniram nesta quinta (5) a sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz para uma cerimônia em memória das vítimas do Holocausto.

    A Marcha pela Vida, uma peregrinação celebrada anualmente desde 1989, reuniu milhares de pessoas no campo onde se estima que mais de um milhão tenham sido assassinados sistematicamente pelos nazistas.

    Feiga Francis Schmidt Libman, de 81 anos, que sobreviveu ao campo de concentração, contou à AFP que sua avó, sua tia e suas primas foram mortas ali. Seu pai morreu no campo de Dachau, na Alemanha, mas ela e sua mãe conseguiram sobreviver.

    "Só quero que as pessoas saibam que o ódio mata", disse Libman, que na época tinha 10 anos e hoje é avó.

    A marcha começou no povoado polonês de Oswiecim, onde os nazistas construíram o campo em 1940. Os participantes passaram pelo portão de entrada onde há a inscrição "Arbeit Macht Frei" (o trabalho liberta) antes de percorrerem os três quilômetros que o separam de Birkenau, principal lugar do extermínio.

    A marcha coincide com o dia em que Israel lembra os mais de seis milhões de judeus mortos pelos nazistas.

    "Temo que a Europa, e talvez outras partes do mundo, não tenham aprendido o suficiente [do Holocausto]", lamentou Shmuel Rosenman, que preside o evento.

    O campo foi libertado em 1945, ano em que terminou a Segunda Guerra. Segundo estimativas, 1,1 milhão de pessoas morreram ali.

    Em Israel, a população fez dois minutos de silêncio a partir das 10h (4h de Brasília) para lembrar as vítimas.

    Carros, ônibus e pedestres pararam nas ruas no momento que as universidades e escolas interromperam aulas.

    Emissoras de TV e rádio suspenderam seus programas, dedicados desde quarta a reportagens sobre o genocídio e às condições de vida dos cerca de 190 mil sobreviventes no país, 45 mil dos quais sob a linha de pobreza, segundo dados de entidades assistenciais locais.

    Na véspera, o presidente Reuven Rivlin admitiu que o Estado "não tomou todas as medidas a seu alcance para cuidar dos sobreviventes", apesar de uma lei de 2007 que garante auxílio a essa parte da população.

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