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    Paquistaneses vão a julgamento por matar e queimar jovem de 17 anos

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    07/05/2016 10h52

    Caren Firouz/Reuters
    A polícia paquistanesa estuda o registro original do assassinato da jovem Ambreen Riasat
    A polícia paquistanesa estuda o registro original do assassinato da jovem Ambreen Riasat

    Treze paquistaneses que alegadamente estrangularam e depois queimaram Ambreen Riasat, de 17 anos, enfrentarão julgamento sob a lei antiterrorista, afirmou a polícia do país neste sábado (7). O crime ocorreu porque a garota teria ajudado amigos a fugir para se casarem. O ato foi considerado um desrespeito ao matrimônio arranjado pelas famílias.

    O corpo da vítima foi encontrado em uma van, perto de um hotel no noroeste do Paquistão no dia 29 de abril. Segundo a polícia, o crime foi ordenado pelo conselho tribal. Riasat foi estrangulada até a morte antes de ser queimada.

    De acordo com o policial Muhammad Tahi, Pervez Gul Zaman, um dos 13 suspeitos detidos, afirmou que o grupo queria "usar a menina como exemplo" para evitar que outros jovens fugissem para se casarem. A polícia ainda espera a perícia para constatar se a vítima foi drogada ou envenenada.

    Estima-se que cerca de 1.000 mulheres sejam mortas no Paquistão por ano nos chamados "assassinatos de honra", em resposta a possíveis romances fora do casamento arranjado. Em grande parte dos casos, homens da família estão envolvidos. Até o momento, porém, a polícia assume que o pai de Riasat não tem ligação alguma com o crime. O homem pediu para que os criminosos sejam queimados em público.

    A mãe da vítima foi detida porque, segundo a polícia, não pareceu ter ficado preocupada quando a filha sumiu, tampouco perguntou sobre o corpo encontrado na van.

    A Comissão de Direitos Humanos do Paquistão condenou a morte de Riasat. "As autoridades não podem trazer a jovem vítima de volta, mas devem ao menos garantir que a justiça seja feita e que combata as condições permissivas para que incidentes assim aconteçam".

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