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    Novos ataques deixam 69 mortos em Bagdá, no Iraque

    DIOGO BERCITO
    NO CAIRO

    17/05/2016 08h52

    Ao menos 69 pessoas foram mortas nesta terça-feira (17) em Bagdá após três atentados terroristas. É a segunda semana de intensos ataques no Iraque, reanimando temores de que o país volte a viver dias de recorrente violência.

    Os atentados representam, assim, uma grave pressão política para o premiê iraquiano, Haider al-Abadi. Seu governo —recebido com otimismo em 2014, quando formado— vive hoje uma crise política, em meio a denúncias de corrupção e tentativas de reforma, agravada por manifestações populares.

    Em meio à violência, o governo de Abadi enfrenta também uma crise de legitimidade, beneficiando outros atores políticos, como o clérigo xiita Muqtada al-Sadr. Há acusações de que as autoridades não são capazes de manter a segurança no país.

    Wissm al-Okili/Reuters
    People gather at the site of a suicide bomb attack in a marketplace in Baghdad's al-Shaab district, Iraqi May 17, 2016. REUTERS/Wissm al-Okili ORG XMIT: GGGBAG01
    Explosão suicida no distrito de al-Shaab, em Bagdá, deixou ao menos 34 mortos nesta terça (17)

    Os ataques desta terça atingiram não as regiões ao norte e ao oeste do país, onde o Exército iraquiano disputa com o Estado Islâmico (EI), mas a própria capital.

    O EI reivindicou por ora um dos três ataques, em que 34 foram mortos em um mercado de Bagdá e 75 foram feridos. Segundo as autoridades locais, houve uma explosão nos entornos e, durante o auxílio às vítimas, uma segunda explosão por um homem-bomba.

    Segundo a organização terrorista, que controla um extenso território incluindo partes do Iraque e da Síria, o alvo eram membros de uma milícia xiita. O EI segue uma vertente radical do islã sunita e considera xiitas como seus inimigos.

    PROPAGANDA

    Os ataques da semana passada, em Bagdá e em seus arredores, deixaram mais de cem mortos. A intensificação dos atentados coincide com as perdas territoriais dessa organização, que poderiam motivar essas ações violentas como uma mostra de poder.

    Organizações como o EI usam a propaganda como instrumento para recrutar radicais.

    O EI, que declarou seu califado em 2014, controlava naquele ano cerca de um terço do território iraquiano. Hoje, as autoridades locais estimam que os terroristas tenham apenas 14% do país. A capital do grupo no Iraque é Mossul.

    Em dezembro, o EI sofreu uma perda simbólica, com a derrota na cidade iraquiana de Ramadi. Há constante ataques da coalizão internacional em Mossul, e a eventual retomada dessa cidade seria um dos revezes mais graves do autodeclarado califado.

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