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    Voo da EgyptAir entre Paris e Cairo cai com 66 a bordo, diz presidente francês

    DIOGO BERCITO
    DO CAIRO

    19/05/2016 00h35 - Atualizado às 19h20

    Um Airbus A320 da companhia EgyptAir caiu durante a madrugada desta quinta enquanto sobrevoava o Mediterrâneo, entre Paris e o Cairo, com 66 pessoas a bordo.

    O avião havia sido dado como desaparecido nas primeiras horas do dia. Mais tarde, o presidente da França, François Hollande, confirmou a queda, afirmando que todas as hipóteses —incluindo um atentado terrorista— estão sendo investigadas.

    Avião desaparecido

    Segundo o ministro da Aviação Civil do Egito, Sherif Fathi, a possibilidade de um ataque terrorista é "mais forte" do que a de uma falha técnica no Airbus A320. A Inteligência russa apontou na mesma direção, enquanto os EUA afirmaram ser cedo para especular.

    A companhia aérea anunciou, durante a tarde, que destroços da aeronave haviam sido encontrados próximos à ilha grega de Cárpatos. A informação foi mais tarde desmentida.

    Divulgando detalhes do voo, as autoridades gregas afirmaram que o avião fez "guinadas repentinas" e mergulhou no ar antes de desaparecer dos radares, perto das 2h40 locais (21h40 de quarta, 18, em Brasília). A aeronave estava a mais de 11 mil metros de altitude.

    Cronologia acidente

    Das 66 pessoas a bordo, 56 eram passageiros. Havia três agentes de segurança, praxe nesses voos, além da tripulação. Desse total, 30 eram egípcios, 15 franceses, dois iraquianos e um britânico, entre outros.

    Caso a queda tenha sido causada por um atentado terrorista, será um sério revés ao Egito, e as investigações terão de explicar também de que maneira um explosivo pode ter sido levado a uma aeronave em Paris, entre as medidas de segurança vigentes.

    A França enviou um time de investigadores ao Cairo, acompanhados de um especialista em Airbus, de acordo com informações das agências de notícias.

    REIVINDICAÇÃO

    Em outubro, um avião de uma companhia russa explodiu na península do Sinai, vitimando 224 pessoas. Em março, uma aeronave da EgyptAir foi sequestrada na rota entre o Cairo e Alexandria e desviada ao Chipre em um crime passional, sem vítimas.

    A ação de outubro foi reivindicada por uma filial da organização terrorista Estado Islâmico, que também atacou Paris e Bruxelas anteriormente. Analistas indagavam sobre a demora em essa milícia reivindicar o ataque desta quinta, caso tenha sido de sua autoria.

    Editoria de arte/Folhapress
    Avião Airbus A320

    Uma das hipóteses é que a organização esteja se beneficiando da dúvida e das especulações e que use mais tarde o anúncio de sua participação para manter o assunto em foco, nos próximos dias.

    No caso de um atentado, espera-se um golpe forte na indústria turística egípcia, já em frangalhos diante da constante instabilidade. O país tem lidado com a ausência de visitantes, e seus monumentos têm sido pouco visitados desde as manifestações de 2011.

    SEM CHAMADO DE EMERGÊNCIA

    Em entrevista à rede de televisão CNN, o porta-voz da empresa, Ahmed Abdel, disse que os pilotos não fizeram um chamado de emergência e que a aeronave não registrou problemas no trajeto anterior, entre Cairo e Paris.

    Ele identificou as 66 pessoas a bordo como 56 passageiros –incluindo uma criança e dois bebês–, três agentes de segurança, cinco comissários de bordo e os dois pilotos. Inicialmente, a companhia havia informado que a aeronave levava 69 pessoas a bordo.

    De acordo com a companhia aérea, no aparelho viajavam 30 passageiros egípcios, 15 franceses, dois iraquianos, um britânico, um canadense, um belga, um português, um argelino, um sudanês, um chadiano, um saudita e um kuwaitiano.

    Origem dos passageiros

    Segundo Abdel, o capitão da aeronave, que não foi identificado, tem mais de 6.000 horas de voo, incluindo 2.000 em Aribus A320. O avião, afirma ele, não levava oficialmente cargas perigosas em seu bagageiro.

    *COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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