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    Obama chega ao Vietnã para visita de três dias

    DA AFP

    22/05/2016 19h43

    Carolyn Kaster/Associated Press
    U.S. President Barack Obama is given flowers by Linh Tran, the ceremonial flower girl, as he arrives on Air Force One at Noi Bai International Airport in Hanoi, Vietnam, Sunday, May 22, 2016. The president is on a weeklong trip to Asia as part of his effort to pay more attention to the region and boost economic and security cooperation. (AP Photo/Carolyn Kaster) ORG XMIT: VNMK102
    Presidente dos EUA, Barack Obama, recebe flores na chegada a Hanói

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou na noite deste domingo a Hanói, capital do Vietnã, para uma visita de três dias ao país.

    Trata-se da terceira visita de um presidente americano desde o final da Guerra do Vietnã, em 1975, após as feitas por Bill Clinton e George W. Bush.

    O Air Force One, avião presidencial americano, pousou na capital vietnamita logo após as 21h30 locais (11h30 em Brasília), dando início à visita oficial, durante a qual Obama se reunirá com líderes comunistas vietnamitas e reforçará as relações com um país dinâmico e emergente.

    Faltando apenas oito meses para deixar a Casa Branca, Obama pretende aproveitar esta viagem para destacar dois dos pilares de sua política nesta região do mundo, como o Acordo Transpacífico de Livre Comércio (TPP) e o fortalecimento de laços com os países da região, ante uma postura cada vez mais ofensiva de Pequim nos conflitos territoriais.

    Durante esta visita, o presidente americano se reunirá com os principais dirigentes deste país de mais de 90 milhões de habitantes, dará um discurso em Hanói e, finalmente, seguirá para Cidade de Ho Chi Min, antiga Saigon, que se tornou o verdadeiro pulmão econômico do Vietnã, onde se encontrará com jovens vietnamitas.

    "Ainda existe certa desconfiança (sobre Washington) no seio da elite vietnamita, mas a crescente afirmação de Pequim no mar da China meridional fez evoluir a mentalidade e conduziu a uma aproximação mais rápida com os Estados Unidos", destacou Murray Hiebert, analista do Center for Strategic and International Studies.

    EQUILÍBRIO

    China e Vietnã disputam soberania das Ilhas Paracelso e das ilhas Spratly, dois arquipélagos no meio das águas marítimas internacionais.

    O Vietnã, procurando enviar um sinal a Pequim, mas também com a intenção de modernizar suas forças armadas e diminuir a dependência das armas russas, avança com cautela, mas com segurança com Washington. O país asiático espera uma suspensão do embargo da venda de armas americanas. Como objetivo, estão os equipamentos de vigilância de comunicações e de reconhecimento marítimo.

    "O Vietnã realiza uma política de 'diversificação' de seus negócios externos", analisou Carlyle Thayer, da Universidade de Nova Gales do Sul. O país "deseja encontrar um equilíbrio em suas relações com as grandes potências, sem se alinhar com nenhuma delas".

    O executivo americano, que sempre condicionou a suspensão do embargo ao avanço no campo dos direitos humanos, não revelou suas intenções a respeito antes da viagem.

    Nos Estados Unidos, algumas vozes críticas alertaram contra uma decisão precipitada sobre o assunto, ao não haver concessões reais por parte do regime comunista.

    DANÇA DIPLOMÁTICA

    Na frente econômica, os dois países esperam ver triunfar rapidamente o Tratado Tranpacífico de Livre Comércio (TPP), selado entre 12 países da região, mas cuja ratificação pelo Congresso americano é incerta.

    O objetivo do governo Obama consiste em não deixar a China "escrever as regras" dos intercâmbios comerciais na região. Único país comunista que está entre os signatários, Vietnã poderia ser um dos grandes beneficiários do texto.

    A classe média "deveria aumentar entre 2014 e 2020", lembrou o representante especial americano para o Comércio, Michael Froman, convencido de que a supressão ou a redução das tarifas alfandegárias oferecerá verdadeiras oportunidades às empresas americanas.

    Entre a vontade de fortalecer os laços com um ator importante do sudeste asiático e a necessidade de preservar a relação –complexa, mas essencial– com a China, Obama terá que encontrar o meio termo.

    "O entusiasmo com o qual o Vietnã dá as boas-vindas a uma presença americana mais forte poderia ser considerado 'provocação' na China", escreveu Sandy Pho, do instituto Wilson Center, para quem Obama deverá se dedicar a uma "delicada dança diplomática".

    Depois do Vietnã, Obama seguirá para o Japão, onde participará da Cúpula do G7, antes de se tornar, em 27 de maio, o primeiro presidente americano em exercício a visitar o Parque Memorial da Paz, em Hiroshima.

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