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    novo governo

    José Serra chega à Argentina para afinar aliança com Mauricio Macri

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES

    22/05/2016 21h39 - Atualizado às 22h33

    Sob protesto de um grupo de cerca de 50 pessoas, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, chegou na noite de domingo (22) à Argentina para afinar a relação com o país vizinho.

    A viagem, que inclui uma audiência com o presidente Mauricio Macri, é a primeira oficial do chanceler e simboliza a importância que o governo interino de Michel Temer dará ao país.

    Luciana Dyniewicz / Folhapress
    Manifestantes colam cartaz em protesto à visita do novo chanceler brasileiro, José Serra, à Argentina
    Manifestantes colam cartaz em protesto à visita do novo chanceler brasileiro, José Serra, à Argentina

    Em seu discurso de posse, Serra afirmou que a Argentina será o parceiro preferencial do Brasil na região e que os dois países passam a "compartilhar referências semelhantes para a reorganização da política e da economia".

    Desde dezembro, quando o centro-direitista Mauricio Macri assumiu a Presidência argentina, as políticas adotadas no país mudaram drasticamente em relação ao governo de esquerda de sua antecessora, Cristina Kirchner —houve, por exemplo, redução de medidas protecionistas e o fim do controle do acesso ao dólar.

    Nesta segunda (23), Serra se reunirá com sua homóloga, Susana Malcorra, com o ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, e por fim com Macri. Na pauta dos encontros, estarão as relações comerciais entre os países e o Mercosul.

    O brasileiro já indicou que, sob sua gestão, o Itamaraty dará destaque ao comércio e debaterá uma "atualização" do bloco econômico. Há a intenção de flexibilizar as regras do Mercosul para que os países possam fechar sozinhos acordos bilaterais com terceiros.

    Hoje, um tratado de livre comércio só pode ser feito se todos os países do grupo estiverem de acordo. Essa política travou, por anos, a negociação com a União Europeia, a qual Cristina Kirchner se opunha.

    A Venezuela também estará entre os pontos debatidos. Na última sexta (20), Uruguai, Chile e Argentina publicaram comunicado cobrando uma solução para a crise por meio do diálogo. No meio diplomático, estranhou-se a ausência do Brasil no documento.

    PROTESTOS

    Com cartazes nos quais se lia "Procura-se José Serra, chanceler impostor do Brasil", um grupo de brasileiros e argentinos aguardou a chegada de Serra na embaixada em Buenos Aires.

    Os manifestantes levaram bolinhas de papel para lembrar o episódio de 2010 em que o ministro, então candidato à Presidência, passou por uma tomografia após ser atingido por uma.

    A professora de ciência política Juliana Peixoto, que está há 14 anos no país, afirmava que Serra viajou a Buenos Aires para "devolver favores".

    "Veio agradecer o fato de Macri ter reconhecido o governo ilegítimo de Temer."

    O argentino Juan Marino, do movimento Tendência Piqueteira Revolucionária, juntou-se aos brasileiros para "denunciar que Macri também é golpista, já que apoia o golpe no Brasil".

    Outro protesto está programado para a manhã desta segunda (23) diante do Ministério das Relações Exteriores.

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