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    Grandes nações não deveriam intimidar países menores, diz Obama

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/05/2016 11h32

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou nesta terça-feira (24) a criticar a China pela pressão aos países da Ásia, em discurso no Vietnã. "As grandes nações não deveriam intimidar as menores", disse.

    A crítica é feita um dia após a liberação da venda de armas americanas ao país do Sudeste Asiático. Embora ele negue ser uma resposta a Pequim, os EUA reforçam sua presença na Ásia para contrabalançar a influência chinesa.

    Jim Watson/AFP
    O presidente dos EUA, Barack Obama, conversa com monge ao visitar o Palácio do Imperador de Jade
    O presidente dos EUA, Barack Obama, conversa com monge ao visitar o Palácio do Imperador de Jade

    No discurso, ele defendeu o apoio aos países da região para evitar o avanço chinês no mar do Sul da China. "Os Estados Unidos não reivindicam territórios, mas estamos com nossos parceiros para garantir o direito à navegação", afirmou.

    "O Vietnã terá um acesso maior aos equipamentos que precisa para melhorar sua segurança. As nações são soberanas e não importa quão grande ou pequena seja, seu território deve ser respeitado. As disputas devem ser pacíficas".

    A porta-voz da Chancelaria chinesa, Hua Chunying, criticou a declaração. "A liberdade de navegação que eles falam, trata-se de uma liberdade usufruída por todos, ou um privilégio para os navios e aviões americanos?", ironizou.

    "Se é a primeira, claro que nós recebemos isso de braços abertos, nós protegemos e certamente apoiamos isso, mas se é a segunda, eu acho que a comunidade internacional não concordaria".

    Depois do discurso em Hanói, Obama viajou a Ho Chi Minn, a antiga Saigon, maior cidade do país. Lá, visitou um grupo de jovens empreendedores e foi ao Pagode do Imperador de Jade, um dos principais templos budistas vietnamitas.

    DIREITOS HUMANOS

    O discurso foi acompanhado por mais de 2.000 pessoas em um teatro em Hanói e exibido ao vivo na TV estatal. Assim como em Cuba, a fala foi transmitida sem cortes, mesmo quando criticou as violações de direitos humanos no país.

    Aos vietnamitas, ele defendeu os benefícios da democracia e da liberdade de expressão. "Quando os candidatos podem se apresentar livremente, o país é mais estável porque os cidadãos sabem que seus votos são considerados", disse.

    Para ele, o país asiático não deve temer o apoio a estes direitos. "Os EUA não estão tentado impor a forma americana de governo no Vietnã. O país deve ser mais aberto a críticas para poder crescer mais forte e próspero".

    Pouco antes do discurso, três importantes dissidentes vietnamitas foram impedidos de assistir os discursos, seja por prisão domiciliar ou por inspeção a suas casas —o blogueiro e jornalista Pham Doan Trang, o ex-banqueiro Nguyen Quang A e o advogado de ativistas Ha Huy Son.

    As prisões levaram a novas críticas de ativistas a Obama. "O Vietnã mostra que não merece os laços mais próximos que os EUA oferecem. Isto é um abuso aos direitos humanos", disse John Sifton, da ONG Human Rights Watch.

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