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    Presidente argentino declara patrimônio 108% maior em 2015

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES

    26/05/2016 15h17

    O valor do patrimônio que o presidente da Argentina, Mauricio Macri, declarou em 2015 é 108% maior que o de 2014.

    Em sua primeira declaração jurada como chefe de Estado ao Departamento Anticorrupção, Macri afirmou possuir 110,3 milhões de pesos (R$ 28 milhões) em bens em 31 de dezembro de 2015.

    Um ano antes, eram 53 milhões de pesos, segundo revelou o jornal "El Cronista" nesta quinta (26).

    Eitan Abramovich - 25.mai.2016/AFP
    Presidente argentino, Mauricio Macri, acena perto de sua mulher, Juliana Awada, ao sair de catedral
    Presidente argentino, Mauricio Macri, acena perto de sua mulher, Juliana Awada, ao sair de catedral

    De acordo com as informações apresentadas pelo mandatário, a diferença ocorreu porque as declarações foram feitas em sistemas diferentes.

    Em 2014, Macri atribuiu a ações de três sociedades anônimas o valor de um centavo de peso —seria o preço de quando comprou os papéis. Em dezembro, porém, informou que as ações valiam 47,1 milhões de pesos (R$ 12 milhões).

    O contador Javier Gorosito, do escritório de advocacia Lisicki, Litvin & Asociados, afirma que ambos os modos são legais, já que, na Argentina, não se paga impostos sobre ações.

    "Uma pessoa é obrigada a declarar que possui o papel, mas pode dar a informação com o valor histórico ou com o valor atual", explicou à Folha.

    Outra diferença entre os documentos de 2014 e 2015 está no destino do dinheiro de Macri no exterior: 18 milhões de pesos (R$ 4,6 milhões) de contas nos EUA e na Suíça passaram para as Bahamas —mesmo paraíso fiscal em que está registrada uma das empresas offshores das quais o presidente aparece como diretor.

    Em abril, Macri foi citado pela investigação internacional "Panama Papers", sobre documentos vazados de um escritório panamenho de advocacia que intermediou a abertura de offshores para estrangeiros.

    O mandatário apareceu como diretor de duas companhias sediadas em paraísos fiscais.

    À época, o dirigente afirmou que as empresas não apareciam em suas declarações por ele não ter parte nas sociedades nem nunca haver recebido salários delas.

    Segundo a Casa Rosada, Macri foi designado "ocasionalmente" diretor das offshores por elas serem de propriedade de sua família.

    Os advogados do mandatário pediram à Justiça uma "declaração de certeza" —documento que juízes podem emitir após checarem a veracidade de informações. O caso está sendo investigado.

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