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    Deputados pedem suspensão de pacto UE-Mercosul devido ao impeachment

    DE SÃO PAULO

    30/05/2016 20h19

    Um grupo de 34 deputados europeus de esquerda pediu à comissária de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, a suspensão das negociações do acordo com o Mercosul devido ao impeachment da presidente Dilma Rousseff no Brasil.

    Para os membros do Parlamento Europeu, o pacto comercial não pode ser negociado por um governo sem legitimidade democrática, em referência à administração interina de Michel Temer.

    Pedro Ladeira - 12.mai.2016/Folhapress
    Cerimônia de posse dos ministros do presidente interino Michel Temer, em 12 de maio
    Cerimônia de posse dos ministros do presidente interino Michel Temer, em 12 de maio

    "Pedimos ainda que em conformidade com os valores fundamentais da União Europeia seja dado pleno apoio para o restabelecimento da ordem democrática no Brasil", disse a portuguesa e ex-presidenciável pelo Bloco de Esquerda Marisa Matias, em publicação no Facebook.

    A carta foi enviada na sexta (27) e assinada pela Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica dos Verdes. Além dos Blocos de Esquerda português e francês, a união partidária abriga o espanhol Podemos, o grego Syriza e o italiano Movimento 5 Estrelas.

    Membro da Delegação do Parlamento Europeu para o Mercosul, o espanhol Xabier Benito disse ter a mesma preocupação da OEA (Organização dos Estados Americanos) e da Unasul (União das Nações Sul-Americanas)sobre a legitimidade do impeachment de Dilma.

    "Tal acordo comercial não deveria ser negociado com o atual governo brasileiro. Reivindicamos que a UE dê o seu total apoio e envolvimento para o restabelecimento da ordem democrática no Brasil", disse, em entrevista à agência de notícias Efe.

    Nem Federica Mogherini nem o Itamaraty se manifestaram até o momento sobre a carta. O novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, fez duras críticas a entidades e países que questionaram o processo de impeachment.

    Dentre os alvos do tucano, estavam a Unasul e países como Bolívia, Venezuela, Cuba e Equador, governados por partidos de esquerda.

    A última rodada de negociações entre a União Europeia e o Mercosul foi em 11 de maio, dia da votação do afastamento de Dilma no Senado. Na reunião, foi feita a primeira troca de ofertas tarifárias, que afeta principalmente os produtos agropecuários.

    Ao tomar posse, Serra defendeu a necessidade de o Brasil aumentar o número de acordos de livre-comércio, incluindo o que é negociado com os europeus.

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