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    Chicago vive onda de violência e tem 64 baleados em um final de semana

    DO "NEW YORK TIMES"

    06/06/2016 17h00

    "The Newlywed Game" está passando na televisão. Julia Rhoden, 53, está sentada na cama, exausta depois de um dia longo no centro de saúde onde é assistente de enfermagem. Um estrondo é ouvido, e depois mais um e mais um. Julia sente a ferroada de uma bala penetrando em suas costas. "Levei um tiro! Levei um tiro!" ela grita para seus filhos na sala ao lado, enquanto o sangue vai manchando o vestido de verão que ela usa como camisola.

    Na mesma noite, Veronica Lopez, 15, é atingida por uma bala enquanto anda num jipe na avenida que margeia o lago. "Me acertaram na barriga", ela diz a um amigo, que conta mais tarde que cobriu o corpo dela com o dele enquanto os disparos continuavam.

    "Socorro, levei um tiro!" grita outro adolescente enquanto corre, mancando, por uma rua escura. Uma bala trespassou sua perna.

    Whitney Curtis/The New York Times
    A backyard memorial for Mark Lindsey, 25, shot dead sitting in his car outside his mother’s house on Friday. Whitney Curtis for The New York Times
    Familiares e amigos de Mark Lindsey, 25, morto dentro de seu carro do lado de fora da casa da mãe

    É sexta-feira à noite em Chicago, e o fim de semana do Memorial Day está apenas começando. O departamento de polícia pretende colocar mais de mil policiais extras nas ruas para lidar com a violência, temendo que ela se intensifique com o início extraoficial do verão.

    Não há como impedir os tiros, que chegam em explosões e ondas, interrompendo churrascos, acendendo rivalidades entre gangues, tomando conta de bairros, quarteirões, famílias.

    Entre a noite de sexta-feira e o fim do dia de segunda, 64 pessoas foram baleadas nesta cidade de 2,7 milhões de habitantes, seis delas fatalmente. Numa população composta por partes quase iguais de brancos, negros e hispânicos, 52% dos baleados são negros, 11 são hispânicos e um é branco. Oito são mulheres. Doze pessoas levaram tiros quando estavam em um carro, 11 quando andavam na calçada e pelo menos quatro na entrada de casa.

    É um nível de violência que já virou normalidade assustadora, especialmente nos bairros de maioria negra e latina nas zonas sul e oeste da cidade. Com população muito inferior à de Los Angeles ou Nova York, Chicago tem mais homicídios que qualquer uma dessas cidades.

    Num esforço para captar o que está acontecendo nas ruas de Chicago e por quê, o "New York Times" despachou uma equipe de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas para praticamente todos os pontos da cidade onde ocorreram disparos. Trabalhando ininterruptamente ao longo do feriadão, o jornal entrevistou familiares de vítimas, testemunhas, policiais e outras pessoas e captou até que ponto a violência já se tornou parte da normalidade da cidade. O "Times" pretende acompanhar os casos ao longo do ano.

    Entre os seis mortos nesse fim de semana estão um pai, Garvin Whitmore, que adorava viajar mas tinha medo de andar de montanha-russa, e Mark Lindsey, cuja personalidade esfuziante lhe valeu o apelido Lavish (algo como "abundante"). A pessoa mais velha atingida por uma bala tem 57 anos. A mais jovem a morrer foi Veronica Lopez, estudante secundarista e ex-animadora de torcida.

    SEXTA-FEIRA, 27 DE MAIO

    15h. Cidade agitada

    A previsão meteorológica é de chuva, mas o superintendente de polícia Eddie Johnson quer ter a certeza de que seus policiais não vão baixar a guarda nesse início de fim de semana prolongado.

    "Acho que vocês todos entendem a importância deste feriadão", diz Johnson a quase 20 dos oficiais de polícia mais graduados de Chicago, no QG de Segurança Pública da cidade. "A violência dos feriadões anteriores de Memorial Day não foi boa."

    O ano até agora tem sido encharcado de sangue. Houve um aumento de 50% nos tiroteios -1.177 até a manhã da sexta-feira antes do Memorial Day. Duzentas e trinta e três pessoas já morreram.

    O prefeito Rahm Emanuel está fazendo o possível para garantir um fim de semana tranquilo. Num evento comunitário no South Side para promover a não violência, ele cumprimenta homens que jogam basquete, observa crianças desenhando e elogia um mural que está sendo pintado, com os dizeres "Para cima corações, abaixo as armas".

    Algumas horas depois, os tiroteios começam.

    21h25. Um grito de socorro

    Tim Miller e um grupo de amigos estão sentados nos degraus em frente ao prédio onde vivem, tomando cerveja, quando veem um adolescente sair cambaleando de uma viela entre prédios baixos, que dá na avenida South Racine. Ele foi baleado e está gritando, pedindo ajuda. Dois de seus amigos que descem a rua também estão pedindo socorro, aos gritos.

    O adolescente ferido sangra fortemente na coxa. Miller e seus amigos, todos na casa dos 20 anos, põem pressão sobre o ferimento e depois aplicam uma compressa de gelo. Um deles vai para dentro ligar para o 911. A polícia e uma ambulância estão a caminho.

    22h56. A angústia de uma mãe

    Mark Lindsey está diante da casa de sua mãe, que acaba de visitar. Ele cortou seus dreads nesse dia, e uma mulher lhe enviou um elogio. Ele encaminha a mensagem dela para um primo, escrevendo: "Já está funcionando".

    Ele está no banco do motorista de seu Chevy Monte Carlo vermelho, um carro que preza tanto que os vizinhos sempre o veem lavando-o. Um homem se aproxima a pé e abre fogo. Lindsey, 25, é atingido. O carro avança, descontrolado, e bate em uma picape estacionada.

    Sua mãe ouve os tiros, corre para fora e puxa a porta do carro, que está trancada. "Alguém tire meu filho do carro!" ela grita sem parar.

    Os gritos continuam por longos minutos. Parecem incongruentes neste lugar. Esta parte de Ashburn, no Southwest Side de Chicago, parecia até agora estar distante do pior da violência armada.

    Este quarteirão na West 75th Place tem gramados pequenos e bem arrumados que descem em direção a uma rua tranquila onde crianças jogam futebol. À noite as telas de TVs brilham nas salas das casas.

    "Essas coisas não acontecem por aqui", diz Lorenzo Carter, 28, primo de Mark Lindsey. "A gente conhece todo o mundo do bairro."

    SÁBADO, 28 DE MAIO

    1h10. A nova normalidade

    Calvin Ward, 50, está fumando um cigarro nos degraus da frente da casa de sua mulher, na Paxton Avenue, pouco depois da 1h, quando dois rapazes sobem a rua e atiram seis vezes na direção dele.

    Quatro balas penetram a tela da porta da frente. Uma delas atinge o braço de Ward de raspão. Outra penetra na casa, atravessa a sala e passa pela parede do quarto, atingindo a mulher de Ward, Julia Rhoden, que está sentada na cama. Ela se levanta em um salto e sai correndo do quarto, pedindo socorro.

    Quando ouve os gritos de sua mulher, Ward corre para buscar uma toalha e então aplica pressão ao ferimento, enquanto espera uma ambulância chegar.

    Não é de hoje que a violência em Chicago se concentra em quadras como esta, em Paxton, onde o sono dos moradores frequentemente é interrompido no meio da noite pelo som de disparos. Este lugar está a um mundo de distância do horizonte brilhante do centro e dos bairros mais ricos, habitados principalmente por brancos, ao norte do bairro financeiro de Loop.

    "Está começando a virar normal", comenta Darryl Edwards Senior, vizinho de Ward que acordou com os tiros.

    Todd Heisler/The New York Times
     Julia Rhoden was sitting on her bed watching television Saturday when she was hit by one of six shots fired outside. Todd Heisler/The New York Times
    Julia Rhoden assistia à TV quando foi atingida por um dos seis tiros disparados contra sua casa

    1h27. "Não funcionou"

    Um grupo de amigos está comprimido num jipe Grand Cherokee azul, ouvindo música em alto volume. Um deles, José Alvarez, se descreve como "Chi Rack Alvarez" no Facebook, uma brincadeira com o apelido de Chicago, Chiraq, uma alusão à guerra (Chicago + Iraque). Ele grava um vídeo em que faz sinais de desrespeito a uma gangue e posta o vídeo no Snapchat.

    Alvarez, 28, está na direção. O jipe está andando em alta velocidade pela Lake Shore Drive, passando pelos bairros ricos no North Side, quando um veículo escuro emparelha com ele e alguém dentro do veículo abre fogo.

    Mais tarde, em seu leito no hospital, Alvarez estima que foram dados 15 disparos. Ele escapa apenas com ferimentos leves: um ferimento a bala no braço e um arranhão na testa.

    Mas sua amiga Veronica Lopez, 15, não teve essa sorte.

    "Eu me virei, cobri o corpo dela com o meu e pressionei em cima do ferimento dela, enquanto eles ainda estavam dando tiros na porta", diz Alvarez. "Tentei salvá-la, mas não funcionou."

    Lopez, aluna do ensino médio, é a vítima mais jovem de homicídio durante o caos do feriadão de Memorial Day.

    5h18. Em plena luz do dia

    "Ele se foi!" grita Shorlanda Tutson, debulhada em lágrimas. Ela estende os braços em direção ao céu.

    O corpo de seu filho, Garvin Whitmore, 27, está no carro que ele emprestou dela, agora coberto com um lençol branco.

    Whitmore e sua noiva, Ashley Harrison, 26, estavam sentados no carro diante de uma loja de bebidas, num bairro do South Side onde tiros são habituais, quando um tiroteio começou, em plena luz do dia. Whitmore levou um tiro fatal na cabeça. Harrison, que é mãe dos dois filhos de Whitmore, agarrou uma arma no carro, saiu e deu tiros no ar. Mais tarde, foi acusada criminalmente por disparo de arma de fogo. A polícia diz que está seguindo pistas de evidências forenses e em vídeo sobre o caso.

    5h45. Policiamento de alta tecnologia

    Num centro de comando da polícia com parede recoberta de telas de televisão, o policial Richard Walton acompanha em tempo real o incidente que matou Whitmore. Testemunhas dizem que o suspeito fugiu num utilitário esportivo branco.

    Walton acompanha o que acontece com a ajuda de câmeras montadas nos cruzamentos das proximidades, e ali, em um dos monitores, vê um utilitário esportivo branco aproximando-se e fazendo uma curva para entrar na South Princeton Avenue.

    "Dá até para ver uma figura no banco do motorista, ali", diz Walton, depois de alertar policiais em patrulha sobre o rumo seguido pelo suspeito e de lhes enviar imagens do carro.

    A partir deste centro nevrálgico, uma dúzia de policiais monitora a cidade minuto a minuto. Há um mapa de Chicago com retângulos superpostos que brilham em vermelho ou laranja para mostrar os pontos que hoje concentram as brigas entre gangues. Uma tela rastreia os locais onde ocorreram os disparos mais recentes, captando o som dos tiros e estimando sua origem com precisão de até cinco metros. Softwares de reconhecimento facial ajudam a fazer uma pré-seleção de suspeitos cuja imagem é captada por câmeras de segurança.

    Às vezes bastam minutos após o término de um tiroteio para o sistema computadorizado receber o nome da vítima e exibir quaisquer prisões anteriores ou ligações com gangues. O sistema também mostra se a vítima está em alguma posição, e em qual, da lista que a polícia faz com pessoas que têm mais chances de atirar em alguém ou de ser baleadas.

    Os policiais dizem que a maioria dos incidentes com armas de fogo envolve um grupo relativamente pequeno de pessoas entre as de pior ranking na lista. A polícia e assistentes sociais vão às casas de algumas dessas pessoas para avisá-las de que as autoridades as estão observando e para oferecer assistência educacional e treinamento em algum ofício, mostrando um caminho para saírem das gangues.

    20h40. Desconfiando da polícia

    Uma briga começa a uma quadra de Lexington Street, onde houve disparos anteriores. Agora a revolta é voltada contra os policiais que estão chegando.

    A desconfiança em relação à polícia se manifesta inúmeras vezes na rua.

    "Não bata em mim, por favor, seu polícia", caçoa um homem em West Walnut Street, no West Side, onde três homens foram baleados naquela madrugada, dois nas pernas e um nas costas.

    O Departamento de Polícia de Chicago é a segunda maior força policial municipal do país, com cerca de 12 mil agentes, e tem um histórico de tensão profunda com os habitantes da cidade, especialmente com a população negra. A desconfiança dificulta a resolução de muitos dos crimes cometidos com armas.

    A revolta pública explodiu no ano passado, quando, por ordem judicial, a polícia divulgou um vídeo do adolescente negro Laquan McDonald caindo numa rua de Southwest Side, enquanto um policial branco lhe dava 16 tiros. Apenas um terço dos moradores de Chicago acha que a polícia está fazendo um bom trabalho.

    "A força do Departamento de Polícia depende da confiança que tem nele a comunidade que servimos", diz Johnson, o superintendente de polícia, em entrevista dada no fim de semana, enquanto patrulha parte da cidade usando uma câmera presa ao corpo.

    A desconfiança cria obstáculos à ação policial. Testemunhas dizem que não se recordam do que aconteceu. Feridos se recusam a cooperar. Vítimas preferem dirigir ao hospital sozinhas, em vez de chamar a polícia. Elas repetem sempre a mesma história: "Senti uma dor e percebi que tinha levado um tiro; não vi nada".

    Alguns crimes nunca são elucidados. Em 2015, as autoridades fizeram prisões ligadas a apenas um quarto dos 470 homicídios do ano na cidade. Isso apenas deixa a população frustrada e alimenta o ressentimento.

    Pouco antes das 3h do sábado um jovem, sangrando fortemente, grita por socorro depois de levar um tiro na North Kimball Avenue. Mas ele implora aos vizinhos para não chamar as autoridades. Mauricio Sandoval, 37, conta: "Quando falei que eu queria ligar para o 911, ele saiu correndo. Não falou nada. Eu estava vendo o tiro que ele levou nas costas. Eu também estava assustado, sabe?"

    21h04. "Queria que fosse diferente"

    Ao longo de quatro décadas, Herb Harrington, 64, já viu gerações inteiras passarem por sua barbearia no bairro de Austin. Ele diz que hoje a área está mais violenta. Harrington já cortou os cabelos de muitas das crianças do bairro que, desde então, entraram para gangues.

    Ele está aparando o cabelo de um freguês quando ouve uma série de estampidos altos. O som vem da direção de uma igreja próxima, na West Chicago Avenue. Ali um rapaz de 23 anos levou um tiro na perna e está perdendo muito sangue.

    "Cada semana é uma pessoa diferente", fala o barbeiro. "É retaliação, esta pessoa por aquela pessoa, e não para. Cada vez que alguém morre ou é ferido, sabemos que vai haver outro e mais outro."

    "Estamos falando da pobreza, de famílias fragmentadas, de pessoas que não têm oportunidades e perdem seu caminho", diz Harrington. "A violência é nosso assunto aqui na barbearia. A gente fala disso. A gente analisa. Mas não encontra respostas fáceis."

    Whitney Curtis/The New York Times
     The body of Damien Cionzynski, 25, who was killed inside a BP gas station on Saturday. Whitney Curtis for The New York Times
    Damien Cionzynski, 25, foi morto dentro de um posto de gasolina no sábado (28)

    DOMINGO, 29 DE MAIO

    2h. "Preciso ir embora desta cidade"

    Uma mulher de 34 anos assiste enquanto seu ex-namorado, com o braço tremendo pelo efeito de álcool, aponta uma arma para a cabeça de seu primo. A disputa deles é sobre dinheiro.

    O primo, Dontae Brock, empurra a arma para desviá-la de sua cabeça. Eles pensam que é brincadeira. Mas o ex-namorado puxa o gatilho, diz a mulher à polícia mais tarde, e os disparos atingem Brock no torso. Na direção de seu Ford Explorer, a mulher diz que vê o que parece uma faísca no chão de seu carro, enquanto os tiros o acertam.

    Momentos depois ela dá marcha a ré com o Explorer e parte às pressas para um hospital das redondezas, onde dizem a Brock, atingido quando estava no banco do passageiro, que ele vai sobreviver. Voltando mais tarde para a casa de sua mãe, ao lado de onde foram feitos os disparos, a mulher -que é mãe de quatro filhas e ainda veste a camiseta branca suja com o sangue de seu primo- fala que já decidiu: "Tenho que ir embora desta cidade".

    4h30. Preocupação e vulnerabilidade

    Os rádios da polícia anunciam o problema de criminalidade de Chicago a todo momento, repetindo sempre as mesmas palavras: "Tiros disparados".

    Muitos dos tiros disparados aqui não atingem ninguém, mas mesmo assim deixam um clima de medo e vulnerabilidade. Desde o início do ano, moradores de Chicago já chamaram a polícia 28 mil vezes para denunciar tiros. Às vezes são feitas várias ligações sobre um único incidente, e em outras ocasiões se descobre que os "disparos" eram fogos de artifício, mas a possibilidade de levar um tiro deixa sua marca sobre as pessoas, não apenas sobre as que já foram mortas ou feridas.

    Em sua casa no South Side, Rod Reeves, 42, liga a torneira do quintal e mostra como a mangueira do jardim está vazando. Ela foi perfurada por balas. Reeves conta que ele e a família se esconderam atrás de uma parede de tijolos em casa para evitar balas perdidas quando houve um tiroteio em sua quadra.

    "Acho que é bom ter uma casa de tijolos", diz Reeves.

    5h10. "Sempre há a retaliação"

    A polícia não sabe exatamente quais foram as causas de um tiroteio em Roseland, no South Side de Chicago. Mas os moradores têm quase certeza da razão.

    "Sempre há retaliação", diz uma moradora, insistindo que seu nome e foto não sejam publicados, perto do local onde um jovem de 17 anos foi baleado. "Não quero que eles voltem e me matem."

    A retaliação é responsável por boa parte da violência em Chicago, traumatizando transeuntes e familiares de vítimas e, em um caso do ano passado que ficou notório, matando um menino de nove anos cujo pai fazia parte de uma gangue.

    SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MAIO

    10h. Muitos crimes, poucas prisões

    Mais de 200 homens e mulheres lotam as celas da cadeia de Cook County, esperando para sua primeira audiência no tribunal. Alguns estão sentados com os olhos fechados, tentando dormir. Outros se mexem sem parar e olham ansiosamente para fora da cela.

    A polícia ainda está na etapa inicial das investigações sobre os tiroteios do fim de semana, e nenhum dos detidos nas celas, à espera de comparecer diante do tribunal de Cook County que decide sobre pedidos de liberdade sob fiança, é acusado de ter atirado em qualquer pessoa no fim de semana.

    Análises dos dados sobre crimes em Chicago sugerem que, enquanto a violência se intensificou nos últimos meses, o número de prisões feitas ainda é baixo. Na sexta-feira, a polícia tinha emitido mandados de prisão contra duas pessoas envolvidas num dos incidentes no fim de semana, e um suspeito estava detido. A polícia tinha identificado uma pessoa que teria alguma ligação com um tiroteio e tinha pistas em outros incidentes.

    23h. As duas últimas mortes

    O feriadão está acabando. As pessoas põem para fora o lixo acumulado nas festas de rua. Geladeirinhas de isopor são guardadas de volta em porta-malas para serem levadas para casa. A cidade se prepara para voltar ao trabalho.

    Então a rádio policial capta uma explosão de caos: dois homens foram baleados em lados opostos da cidade e nenhum dos dois vai sobreviver.

    No South Side, numa quadra da Calumet Avenue cheia de estabelecimentos comerciais e casas com fachadas protegidas por madeiras, uma mulher se aproxima de alguns policiais. O corpo de James Taylor, 44, está deitado ao lado de um carro. Ele foi atingido por vários tiros. Parenta do morto, a mulher pede para ver o corpo, mas um policial não deixa. "Não é desse jeito que você vai querer ver essa pessoa", explica.

    Tradução de CLARA ALLAIN

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