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    eleições nos eua

    Em discurso, Trump acena a eleitores de Sanders e cúpula republicana

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    07/06/2016 23h00

    Donald Trump está pronto para receber os eleitores do democrata Bernie Sanders, que foram "deixados no escuro" por um "sistema viciado", "de braços abertos".

    Com o fim da corrida interna, após cinco Estados realizarem suas primárias republicanas nesta terça-feira (7), Trump fez um discurso incomum para seus padrões: leu um texto pelo teleprompter —durante um ano de campanha, só aconteceu duas vezes antes— e foi econômico em polêmicas.

    Foto:John Moore/Getty Images/AFP
    O virtual candidato republicano Donald Trump faz discurso em Nova York após a superterça
    O virtual candidato republicano Donald Trump faz discurso em Nova York após a superterça

    Em uma de suas propriedades no interior do Estado de Nova York, ao lado de filhos e da mulher, Melania, Trump fez o aceno a Sanders, que já está matematicamente impedido de vencer Hillary e ser o indicado democrata à Casa Branca.

    O magnata do setor imobiliário e o senador que se diz socialista têm pontos em comum: ambos adotam o discurso anti-Washington e reclamam que o sistema político está quebrado.

    Os dois têm apelo com a classe média branca, operária e frustrada com a perda de empregos industriais —este Nordeste americano é uma das esperanças de Trump para ganhar de Hillary nas eleições gerais, em novembro.

    Trump, que só será chancelado como presidenciável oficial da legenda na Convenção Republicana de julho, também mandou um recado para líderes partidários refratários à sua candidatura. "Nunca, nunca vou decepcionar vocês. Vou deixá-los orgulhosos de seu partido."

    O tom foi encarado como bandeira branca, após uma semana conflituosa.

    Caciques republicanos o criticaram por atacar o juiz Gonzalo Curiel, responsável por uma ação que acusa a extinta Universidade Trump de fraude. Segundo o magnata, Curiel é "parcial" por ser "mexicano" —o magistrado é filho de imigrantes do país vizinho.

    O presidente da Câmara, Paul Ryan, declarou apoio a Trump dias atrás, pressionado a ajudar a unificar o partido em torno de seu candidato.

    Nesta terça, contudo, foi um entre muitos congressistas que repreendeu o tom do empresário. "Esta é a definição no dicionário de comentário racista", disse.

    No discurso desta noite, Trump não mencionou a polêmica. Atacou a provável rival democrata, Hillary Clinton, seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, e o presidente Barack Obama.

    O casal Clinton, afirmou, vale-se da política para irrigar com "milhões de dólares" seus negócios pessoais.

    Para mitigar sua imagem de alguém avesso a minorias, Trump também sinalizou a um eleitorado que costuma votar em democratas. "Vamos cuidar dos nossos afro-americanos, que foram maltratados por tanto tempo."

    "Dizem que sou um lutador, mas minha preferência é sempre pela paz", afirmou. Minutos depois, saiu do palco, ao som do sucesso do Queen "We Are the Champions".

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