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    Aliados de Bernie Sanders resistem em apoiar Hillary Clinton

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    09/06/2016 02h00

    "Hillary Clinton jamais, vote em Donald Trump. É nosso dever ensinar uma lição ao Partido Democrata."

    A mensagem resume o estado de espírito dos 2.000 membros do "Califórnia por Bernie Sanders", grupo no Facebook que amanheceu na quarta (8) lotado de publicações anti-Hillary Clinton.

    David McNew - 7.jun.2016/Getty Images/AFP
    Aliados do senador Bernie Sanders aplaudem o pré-candidato democrata em discurso na Califórnia
    Aliados do senador Bernie Sanders aplaudem o pré-candidato democrata em discurso na Califórnia

    Na véspera, ela se consolidou como virtual nome da legenda à Casa Branca, após superar o senador Sanders em quatro de seis Estados que fizeram primárias —no mais populoso do país, a Califórnia, com 438 mil votos a mais.

    Na mesma noite, Sanders prometeu persistir —falta uma prévia, na próxima terça-feira (14), no Distrito de Colúmbia (onde fica a capital Washington)— e foi vaiado uma única vez pela plateia: ao contar que telefonou para parabenizar Hillary.

    Prévia da Eleição nos EUA

    Se os cinco estágios do luto, teoria sobre como as pessoas lidam com uma perda, fossem aplicados à base eleitoral do senador Sanders, a derrota encerraria a fase um: a da negação.

    Em vez de rejeitar a realidade, "sanderistas" como o estudante de enfermagem Oscar Santana, 19, começam a aceitar que seu candidato não será o próximo presidente dos Estados Unidos.

    Começa a segunda etapa do luto: raiva. "É minha primeira eleição, e não quero ser forçado a votar em alguém indigno", diz o californiano, que questiona "por que Hillary fez questão de deletar 30 mil e-mails".

    Refere-se a mensagens apagadas do mesmo servidor privado que ela usou quando secretária de Estado (2009-2013), caso sob investigação do FBI (polícia federal americana). Hillary já afirmou que boa parte desse conteúdo era "spam".

    Primeiro da família a cursar faculdade e aficionado por videogames, Oscar integra a chamada geração do milênio, que abraça Sanders e resiste a Hillary.

    Linda Turmann, 22, diz que tomou chá de alecrim "para passar a ressaca eleitoral". "Melhorzinha", foi a uma livraria em Manhattan folhear um livro de colorir com o rosto de Sanders ilustrado no corpo do protagonista de "Curtindo a Vida Adoidado".

    A estagiária de moda afirma ter "alergia" a Donald Trump, mas acha que o republicano foi feliz no apelido "Hillary Trapaceira".

    "Ela ser mulher só piora. A gente chega ao poder, e vão dizer, 'viu no que deu?'", diz, certa de que a ex-senadora de Nova York é corrupta.

    Pesquisas divulgadas em maio apontam que um em quatro eleitores de Sanders não apoiaria Hillary.

    Em outros pleitos, a rejeição caiu após um oponente interno apoiar o candidato da vez nas eleições gerais.

    Desde maio Sanders, passou a dispensar parte da equipe, mas resiste na disputa.

    Linda afirma que não votará nesta eleição (o voto é facultativo no país).

    Já Oscar tem uma nova paixão: Jill Stein, a presidenciável do Partido Verde. "Mas, se Sanders pedir com jeitinho, daria uma segunda chance a Hillary."

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