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    Campanha nos EUA enterra amizade entre as famílias Clinton e Trump

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    13/06/2016 02h00 - Atualizado às 17h04 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Hillary Clinton é uma "mulher maravilhosa" que "trabalha duro". Mas seu admirador admite: "Sou parcial porque a conheço há anos. Moro em Nova York, ela também. Realmente gosto muito dos dois [Hillary e Bill]".

    Quatro anos depois, não está mais aqui quem falou. Aquele Donald Trump de 2012, que em entrevista à Fox só tinha coisas boas a dizer sobre a então secretária de Estado, deu lugar à sua versão 2016. E, para ela, só existe a "Hillary Trapaceira".

    Patrick T. Fallon - 15.mai.2016/Reuters
    Capa de jornal mostra foto de Hillary Clinton e Donald Trump antes das prévias na Califórnia, no dia 7
    Capa de jornal mostra foto de Hillary Clinton e Donald Trump antes das prévias na Califórnia, no dia 7

    Virtual candidato à Casa Branca, o republicano promete fazer nesta segunda (13) um "grande discurso" para desmontar a rival democrata.

    Interlocutores do magnata listaram ao site Politico a munição contra Hillary, da "corrupção épica na Fundação Clinton" à suposta tentativa de "difamar e intimidar" mulheres que acusam seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, de agressões sexuais.

    Trump já foi fã da entidade que hoje diz ser corrupta —o bastante para aparecer em sua lista de doadores.

    Está na categoria dos que deram de US$ 100 mil a US$ 250 mil, a mesma do banqueiro Joseph Safra, de sua cunhada, Lily, e do já extinto banco de investimentos Lehman Brothers, à Fundação Clinton, que promove iniciativas do ex-presidente.

    Em maio, o republicano publicou em uma rede social um vídeo em que mulheres acusam Bill de assédio ou estupro (o democrata nega). De pano de fundo, foto em preto e branco do ex-presidente fumando charuto. No fim da montagem, Hillary gargalha.

    ECOS DO PASSADO

    No passado, o empresário esteve ao lado de Bill Clinton, com quem apareceu jogando golfe em mais de uma foto.

    "Veja a encrenca em que ele se meteu por algo totalmente desimportante. E eles [o Congresso] tentaram destitui-lo, o que não fazia sentido", disse à CNN em 2008.

    Vice-presidente das Organizações Trump, Michael Cohen afirmou que uma coisa era "um cidadão privado e amigável com os Clinton tentando proteger um amigo".

    "Agora", assume "é um jogo diferente. É 2016. Ele é o presidenciável republicano".

    Onze anos antes, era o noivo da ex-modelo eslovena Melania. Então senadora de Nova York, Hillary estava na primeira fila do casamento, num resort na Flórida.

    Bill foi à festa, onde convidados degustaram caviar e o bolo de 150 metros, enquanto Billy Joel fazia trocadilhos com o nome Trump ao cantar "The Lady is a Tramp".

    Há um registro dos dois casais, sorridentes. Trump, de gravata borboleta branca, abraça Hillary, de tailleur dourado. "Nunca fomos amigos", diz a democrata agora. A relação era só boa para os negócios, diz o republicano.

    Companheiras em Manhattan e tapetes vermelhos, as filhas Chelsea Clinton e Ivanka Trump não tinham problema em assumir a amizade.

    Em fevereiro de 2015, quatro meses antes de o pai se lançar candidato, Ivanka mereceu perfil na "Vogue".

    Chelsea depôs sobre a amiga: "Ela sempre quer garantir que todos se divertam" – qualidade que a lembrou do pai, Bill, "e sua capacidade de trazer alegria à sala".

    Em público, as duas já não se falam mais.

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