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    Líder da oposição venezuelana, Capriles será recebido por Serra

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    13/06/2016 14h48

    Fernando Llano/Associated Press
    Opposition leader Henrique Capriles looks out on a crowd during a protest outside the court offices of the Chacao municipality, in Caracas, Venezuela, Wednesday, May 25, 2016. Opposition members held a demonstration to demand authorities hold a recall referendum on cutting short Nicolas Maduro's presidency. (AP Photo/Fernando Llano)
    Henrique Capriles, um dos líderes da oposição ao presidente Nicolás Maduro, durante protesto em maio

    Um dos mais importantes líderes da oposição venezuelana, Henrique Capriles será recebido na tarde desta terça (14) em Brasília pelo chanceler José Serra, segundo disseram à Folha fontes envolvidas no encontro.

    Governador do Estado de Miranda, que abrange parte de Caracas, e duas vezes candidato à Presidência, Capriles busca visibilidade e apoio internacional ao seu projeto de convocar um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro ainda neste ano.

    Maduro vem usando seu controle sobre as instituições do país, incluindo o Conselho Nacional Eleitoral (órgão eleitoral), para atrasar e dificultar a consulta, cuja ativação depende de coletas de assinaturas e verificações.

    Diante da grave crise econômica e social no país, uma vitória do "sim" à proposta de destituir Maduro é dada como provável.

    A oposição corre contra o tempo já que novas eleições presidenciais só seriam convocadas se Maduro for revogado até janeiro de 2017. Depois dessa data, quem assumiria em seu lugar seria o vice-presidente, atualmente Aristóbulo Istúriz.

    O governo do presidente interino Michel Temer, que tenta se distanciar da diplomacia dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, fez das críticas à Venezuela e outros países latino-americanos um de seus principais eixos de política externa.

    O Itamaraty, porém, não se posicionou abertamente em favor do referendo, ao contrário da Colômbia, por exemplo.

    As notas da gestão Serra sobre Venezuela dão margem a diversas interpretações. Os textos pedem respeito a "métodos democráticos" e "Estado de Direito", o que soa como respaldo implícito ao referendo, mecanismo estipulado pela Constituição venezuelana.

    Mas os comunicados também incentivam "diálogo" e "entendimento entre governo e oposição", o que pode ser interpretado como apoio à atual tentativa de mediação da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), cujos contornos ainda estão pouco claros.

    Capriles e seus aliados dizem que a mediação é apenas uma estratégia de Maduro para ganhar tempo.

    PARAGUAI E ARGENTINA

    Nesta segunda (13), Capriles se reuniu em Assunção com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, adepto de uma posição linha-dura contra Maduro.

    "Se o povo da Venezuela não está bem, nenhum país da América Latina o estará. É importante entender que o que acontece em um país se transmite a todos", disse Capriles, antes de embarcar para Buenos Aires, onde seria recebido, no fim do dia, pelo presidente argentino Mauricio Macri.

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