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    Partido Trabalhista britânico age para Reino Unido continuar na UE

    FERNANDA ODILLA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LONDRES

    15/06/2016 02h00

    A menos de dez dias da data em que o Reino Unido decide se permanece na União Europeia ou sai do bloco, importantes representantes do Partido Trabalhista britânico decidiram intensificar a campanha pelo "fica".

    Até então, o principal cabo eleitoral pela permanência era o premiê David Cameron, do Partido Conservador. Diante do fraco desempenho em angariar apoiadores declarados, Cameron, adversário político dos trabalhistas, deve ficar em segundo plano a partir de agora.

    Jeff Overs/Reuters
    O primeiro-ministro britânico, o conservador David Cameron, participa de debate na BBC em Londres
    O primeiro-ministro britânico, o conservador David Cameron, participa de debate na BBC em Londres

    O plebiscito ocorrerá no próximo dia 23. A maioria das últimas pesquisas indica a preferência pelo "Brexit", nome dado à opção para sair do bloco. Levantamento do instituto TNS, divulgado nesta terça-feira (14), deu vantagem de 47% a 40% para a saída —13% dos ouvidos declararam estar indecisos ou não sabiam opinar.

    A participação no plebiscito não é obrigatória. Por isso, nomes de peso dos trabalhistas que defendem a permanência na UE atuam para convencer as pessoas a votar.

    "Se os trabalhistas ficarem em casa, o Reino Unido sai [da UE]", escreveram seis líderes trabalhistas, entre eles os ex-premiês Tony Blair e Gordon Brown, numa carta publicada no jornal britânico "Guardian" no sábado (11).

    O destino do Reino Unido

    Desde então, Brown e outros integrantes do partido têm participado de mais eventos sobre o plebiscito. Foi a saída encontrada para reagir às críticas de que os trabalhistas estavam passivos na campanha e também às dificuldades de Cameron em convencer apoiadores da sigla rival a votarem contra o Brexit.

    EFEITO CONTRÁRIO

    As projeções alarmistas de Cameron, em especial para a segurança do Reino Unido, tornaram-se alvo de críticas até mesmo entre os que já decidiram votar para ficar no bloco europeu.

    "Cameron nem sempre ajuda. Foi assim durante a campanha antes do referendo na Escócia, que por pouco não deixou o Reino Unido", diz a estudante Branwen Miles, 21. Ela classifica como exagero, por exemplo, os comentários do premiê sobre o risco de um conflito na Europa caso se opte por sair da UE.

    Cameron bem que tentou uma campanha multipartidária. Fez uma aparição com o novo prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, participou de um evento ao lado de liberais-democratas e dos verdes. Ele envolveu até o presidente dos EUA, Barack Obama, num assunto interno.

    O premiê também prometeu que a Turquia dificilmente fará parte do bloco europeu num futuro próximo, ressaltou as previsões mais pessimistas para a economia em caso de saída e garantiu que intensificará as regras para evitar imigração ilegal.

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