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    Farc estão prontas para guerra urbana se acordo de paz fracassa, diz Santos

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    16/06/2016 21h51

    O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta quinta (16) que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) estão prontas para uma guerra urbana caso o acordo de paz não seja aprovado em referendo.

    O pacto final das negociações entre a guerrilha e o governo deve sair nos próximos meses, mas sua ratificação deve ser feita em consulta popular. Santos é um dos principais defensores do "sim" ao documento.

    Raul Arboleda/AFP
    O presidente Juan Manuel Santos faz discurso no Fórum Econômico Mundial para a América Latina
    O presidente Juan Manuel Santos faz discurso no Fórum Econômico Mundial para a América Latina

    Em reunião do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, em Medellín, o mandatário voltou suas críticas aos adversários do referendo, especialmente seu ex-aliado, o ex-presidente Álvaro Uribe.

    "Temos informação abrangente de que eles estão preparados para voltar à guerra e à guerra urbana, mais destruidora que a rural. Se não há aprovação no plebiscito, voltamos à guerra. Simples assim", disse.

    Questionado sobre Uribe, Santos disse que o acordo de paz a ser assinado com as Farc "não é exclusivamente meu" e que tentou incorporar "todos os partidos políticos e organizações" nas negociações desde seu início, em 2012.

    "Os partidos de oposição também apoiam a paz. O único que ficou de fora por vontade deles foi o partido do presidente Uribe [o direitista Centro Democrático], ao qual foram feitas ofertas de todo o tipo", disse.

    "Pediria a todos os que têm que deixar as botas para pedir votos que se apressem, porque é verdade que administrar a paz sempre é mais complicado que administrar a guerra".

    Durante seu pronunciamento no fórum, ele voltou a dizer que os diálogos de paz deverão ser concluídos nas próximas semanas, faltando apenas o ponto do desarmamento e da desmobilização de guerrilheiros.

    Segundo Santos, estes pontos deverão ser acertados nos próximos dias. A questão é o principal motivo para que as negociações, inicialmente previstas para terminar em 23 de março, atrasassem.

    CONSTITUIÇÃO

    A celebração do plebiscito depende de autorização da Corte Constitucional, que ainda não decidiu se o acordo de paz deve ser incluído na Constituição, como foi pedido pelas duas partes da negociação em maio.

    Pela proposta aprovada no mês passado, o acordo de paz fará parte de uma emenda constitucional e de uma resolução da ONU. Dessa forma, se um futuro governo quiser derrubá-lo, poderá ser alvo de sanções da organização.

    Diante da proposta, Uribe e seu partido lançaram uma "resistência civil" contra o acordo, começando com a coleta de assinaturas pelo "não" à consulta e à emenda constitucional.

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