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    Ataques refletem diferença no controle de armas nos EUA e Reino Unido

    DE SÃO PAULO

    17/06/2016 12h28

    O assassinato a tiros da deputada britânica Jo Cox nesta quinta (16) reflete a diferença na abordagem do controle de armas entre Reino Unido e Estados Unidos, onde no último domingo (12) um atirador matou 49 pessoas em uma boate gay de Orlando, na Flórida.

    O Reino Unido tem um dos mais rígidos controles sobre a posse de armas na Europa —ao contrário dos Estados Unidos. O governo britânico endureceu a lei referente à posse de armas depois de um ataque a tiros matar 15 crianças e uma professora em uma escola na Escócia em 1996.

    O assassinato de Cox foi o primeiro de um membro do Parlamento em 26 anos —em 1990, o deputado Ian Gow morreu em um atentato a bomba do grupo terrorista IRA (Exército Republicano Irlandês).

    De acordo com as estatísticas mais recentes, existem 1,3 milhão de pistolas licenciadas na Inglaterra e no País de Gales (58 milhões de habitantes), e mais de 500 mil armas de fogo de outros tipos licenciadas, informou reportagem do jornal americano "The Washington Post".

    A maioria dos donos são moradores de áreas rurais que usam a arma para proteger sua terra ou para esporte.

    Estimativas americanas sugerem que há 357 milhões de armas nos Estados Unidos, país com 317 milhões de pessoas.

    Segundo a pesquisa Small Arms Survey, do Instituto Graduate de Genebra para Estudos Internacionais, os britânicos têm, em média, 6,5 armas a cada grupo de 100 habitantes. Nos Estados Unidos, esse número é de 101 armas para 100 habitantes.

    O fato de o Reino Unido ser uma ilha e não integrar o espaço de livre circulação do Tratado de Schengen também pode contribuir para a dificuldade em se obter uma arma no país.

    A França, que integra esse espaço, tem leis tão rígidas quanto as britânicas. Mas autoridades estimam que existam no país 30 mil armas ilegais. Cerca de 4.000 seriam "armas de guerra", como fuzis do tipo usado nos ataques de Paris, em novembro passado, em que 130 pessoas morreram.

    Isso se daria pela maior facilidade de transportar essas armas por vias terrestres vindo de outros países do espaço Schengen.

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