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    Plebiscito britânico

    Reino Unido continua sendo 'parceiro indispensável' dos EUA, diz Obama

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/06/2016 10h37

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na manhã desta sexta-feira (24) que respeita o resultado do plebiscito que definiu a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e que a relação dos EUA com o Reino Unido continua importante.

    Em comunicado, o presidente afirmou que o "Reino Unido e a União Europeia continuarão sendo parceiros indispensáveis dos Estados Unidos mesmo enquanto começam a negociar sua relação atual".

    Justin Tallis - 22.abr.2016/AFP
    Britain's Prime Minister David Cameron (L) greets US President Barack Obama (R) as Obama arrives for talks at Downing Street in central London on April, 22, 2016. US President Barack Obama plunged into Britain's increasingly poisonous EU debate on Friday at the start of a visit, warning strongly against Brexit and pointing out that US soldiers had died for Europe. / AFP PHOTO / JUSTIN TALLIS
    Primeiro-ministro britânico David Cameron recebe Obama em visita a Londres, em abril

    Obama já havia se declarado contrário à saída do Reino Unido do bloco econômico em outras ocasiões. Em abril, durante visita a Londres, ele pediu aos britânicos que votassem pela permanência do Reino Unido na UE e disse que o país "irá para o final da fila" das negociações comerciais com os EUA se deixar o grupo de 28 países.

    O vice-secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira que o país" trabalhará junto com o Reino Unido e a UE para garantir uma transição suave" para o bloco econômico. Ele também afirmou que a mudança não afetará o "relacionamento especial" dos EUA com o Reino Unido.

    BREXIT

    A campanha do plebiscito foi influenciada nos últimos dias pelo assassinato da deputada trabalhista Jo Cox, pró-Europa, por um ultranacionalista, dia 16. Até então, a saída levava ligeira vantagem na margem de erro.

    Pesquisa do instituto YouGov divulgada logo após o fim da votação apontava 52% para a permanência e 48% para a saída da UE —sinal de quão acirrada foi a disputa. Esta não seria, porém, a primeira vez que os institutos britânicos errariam resultados. O mesmo ocorreu nas eleições gerais de 2015.

    União Europeia e Reino Unido

    Foram 15 horas de votação sob chuva, com alagamentos e interrupções no transporte.

    O placar expõe um país dividido e, segundo analistas, despertará um sentimento anti-UE continente afora.

    EFEITO DOMINÓ

    Há risco de efeito dominó em outros países do bloco, que podem imitar a consulta popular para obter vantagem em negociações, e de impulso a movimentos separatistas como o escocês e o catalão.

    O professor de política Tim Bale, da Universidade Queen Mary, de Londres, pondera que o "efeito dominó" tem mais força se o Reino Unido deixar efetivamente o bloco.

    Ainda que não signifique o início de um potencial desmonte, há muitos europeus interessados em, ao menos, debater benefícios e potenciais problemas caso seus países decidam deixar a UE.

    Pesquisa feita pelo instituto Ipsos Mori com 6.000 pessoas em nove países europeus em março e abril deste ano indicou que 45% dos entrevistados apoiam a ideia de se fazer uma consulta popular em seu próprio país, e um terço disse que votaria para sair do bloco.

    A maioria dos franceses e italianos ouvidos concorda com um plebiscito. O instituto ouviu ainda cidadãos de Suécia, Espanha, Bélgica, Hungria, Polônia, Alemanha e do próprio Reino Unido.

    Além do ceticismo quanto ao bloco, o plebiscito no Reino Unido despertou outro sentimento entre os europeus: o de não ser bem-vindo entre parte dos britânicos.

    Cerca de 3 milhões de cidadãos de países-membros do bloco vivem no Reino Unido, e aproximadamente 2 milhões de britânicos estão nos outros 27 países da UE.

    O livre trânsito de cidadãos da UE, uma das prerrogativas do bloco, transformou-se em um dos pontos de maior apelo durante a campanha do plebiscito. Favoráveis ao Brexit defendem que os imigrantes sobrecarregam o sistema de saúde, baixam os salários e "roubam" empregos.

    Por isso, analistas avaliam que haverá muitas feridas a curar no Reino Unido após a votação. A disputa rachou o Partido Conservador e expôs fragilidades do Trabalhista. O cisma persistirá.

    Resultado Brexit

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