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    Trump deve recuar de proposta de vetar entrada de qualquer muçulmano

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    27/06/2016 23h47

    O virtual candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, deu sinais de que pode recuar de um dos pontos mais controversos de sua campanha: o veto à entrada de quaisquer muçulmanos nos EUA.

    Sua equipe finaliza nova proposta para restringir a entrada de imigrantes vindos de países com histórico de terrorismo, segundo a CNN.

    No sábado (25), sua porta-voz Hope Hicks já havia dito à rede que o patrão defendia barrar apenas os muçulmanos oriundos de "Estados do terror".

    Oli Scarff/AFP
    Presumptive Republican presidential nominee Donald Trump delivers a speech as he officially opens his Trump Turnberry hotel and golf resort in Turnberry, Scotland on June 24, 2016. Donald Trump hailed Britain's vote to leave the EU as "fantastic" shortly after arriving in Scotland on Friday for his first international trip since becoming the presumptive Republican presidential nominee. / AFP PHOTO / OLI SCARFF ORG XMIT: OLI7785
    Virtual candidato republicano, Donald Trump fala em evento na Escócia no sábado (24)

    A retórica antimuçulmana de Trump escalou a partir de dezembro de 2015, após o atentado de San Bernardino, na Califórnia, quando um casal de origem paquistanesa matou 14 pessoas.

    Foi quando o republicano sugeriu pela primeira vez fechar as fronteiras para todos os muçulmanos. Na época, disse que "teria problemas com eles", pois lidaria "de um jeito muito duro" com a situação.

    Ele voltou à carga após a chacina numa boate LGBT de Orlando, na madrugada de 12 de junho, cometida por um filho de afegãos nascido em Nova York e que simpatizava com o Estado Islâmico. Ao todo, 49 pessoas morreram.

    Após o atentado, Trump disse que a comunidade muçulmana nos EUA "sabe quem são seus caras maus", insinuando que toda ela era cúmplice dos radicais islâmicos.

    No sábado, em seu clube de golfe na Escócia, o magnata amaciou o discurso –nem todo muçulmano precisaria ser necessariamente impedido de entrar nos EUA. "Não me incomodaria", respondeu ao ser questionado se um escocês que seguisse o Alcorão deveria ser enquadrado na política da interdição.

    O tom mais comedido é um aceno à cúpula republicana, que reclamava da agressividade de Trump contra minorias.

    Os Estados Unidos têm atualmente 3,3 milhões de muçulmanos, que somam 1% da população.

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