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    Plebiscito britânico

    Europeus resistem a pedido de permanência da Escócia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    30/06/2016 03h00

    Eric Vidal/Reuters
    Scotland's First Minister Nicola Sturgeon is welcomed by European Commission President Jean-Claude Juncker ahead of a meeting at the EC in Brussels, Belgium, June 29, 2016. REUTERS/Eric Vidal ORG XMIT: EVD38
    Premiê da Escócia encontra-se com Jean-Claude Juncker em Bruxelas

    A iniciativa da primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, de se deslocar até Bruxelas para dizer que seu país deseja permanecer na União Europeia foi recebida com resistência por parte do bloco. Nesta quarta (29), os líderes do grupo se reuniram pela primeira vez em quatro décadas sem a presença britânica.

    O premiê espanhol, Mariano Rajoy, foi o mais incisivo do bloco, dizendo que a Escócia "não tem competência para negociar com a UE".

    "Se o Reino Unido sair, a Escócia sai", afirmou Rajoy, que também enfrenta momento delicado diante das aspirações separatistas da Catalunha.

    O presidente francês, François Hollande, também se mostrou reticente sobre o pleito escocês. "A negociação se dará com o Reino Unido e não com uma parte do Reino Unido", afirmou Hollande.

    Sturgeon foi recebida na Bélgica pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Antes do encontro, ele disse, porém, que não daria início a conversas sobre o futuro da Escócia sem a participação de Londres.

    "Não temos a intenção, nem Donald [Tusk, presidente do Conselho Europeu], nem eu, de interferir no processo britânico. Esse não é o nosso dever", declarou.

    A líder escocesa disse que não se surpreendeu com a recepção e que não subestima os desafios que enfrentará. "Tenho o dever, como premiê, de encontrar uma forma de garantir a vontade democrática da Escócia", disse.

    No plebiscito da última quinta-feira (23), o voto pela permanência britânica na UE venceu na Escócia (62% contra 38% pela saída), ao contrário do resultado geral.

    Desde então, políticos do país têm aventado alternativas como um novo referendo sobre a independência do Reino Unido –com a posterior candidatura para adesão à UE– ou um veto do Parlamento contra o resultado do plebiscito.

    PRESSÃO

    Em reunião histórica sem a presença britânica, os líderes da União Europeia aprovaram nesta quarta um documento no qual reafirmam que "não pode haver negociações" sobre as relações comerciais entre o Reino Unido e o bloco até que os britânicos acionem a cláusula de saída.

    "Isso deve ser feito o mais rápido possível", pressionam os líderes no texto.

    No fim da reunião, Hollande disse que assim que um novo governo britânico for formado, o Reino Unido deve comunicar formalmente o bloco para iniciar um período de dois anos de negociação para a saída.

    "Esperamos que isso ocorra até o início de setembro."

    A declaração conjunta ressalta ainda que o mercado único europeu "exige que sejam aceitos todos os quatro tipos de liberdade de movimentação": de bens, capitais, serviços e pessoas.

    O recado vem depois de defensores do "Brexit" (saída britânica da UE), como o ex-prefeito de Londres Boris Johnson –principal cotado para suceder o premiê David Cameron­– defenderem a manutenção do acesso ao mercado único europeu, mas com restrições à movimentação de pessoas.

    Tusk afirmou que os líderes europeus deixaram claro que o acesso ao mercado único "inclui a liberdade de movimentação de pessoas". "Não pode haver um mercado único à la carte", disse.

    Cameron participou da cúpula em Bruxelas na terça-feira (28), quando disse aos demais países que espera um processo de saída "mais construtivo possível".

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