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    Brasil precisa sanar crise para que acordos comerciais avancem, diz Macri

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES

    30/06/2016 21h57

    O presidente da Argentina, Mauricio Macri, afirmou nesta quinta (30) que o Brasil precisa resolver sua situação política "o quanto antes" para que os acordos comerciais entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico avancem.

    A afirmação foi feita em entrevista concedida em Frutillar, no sul do Chile, onde a Argentina participou pela primeira vez como país observador de uma cúpula empresarial do bloco que reúne Chile, México, Colômbia e Peru.

    Cristobal Saavedra/Reuters
    O presidente da Argentina, Mauricio Macri, discursa na cúpula da Aliança do Pacífico, no sul do Chile
    O presidente da Argentina, Mauricio Macri, discursa na cúpula da Aliança do Pacífico, no sul do Chile

    O mandatário afirmou ainda que o Mercosul está "congelado" e mostrou interesse em liderar o estreitamento das relações entre os blocos.

    A aproximação da Argentina com os países do Pacífico se dá em um momento de crise no Mercosul. Nesta semana, foi confirmado que a reunião de chefes de Estado do grupo, marcada para o dia 12 de julho, será substituída por um encontro de chanceleres.

    Brasil, Paraguai e Argentina relutam em passar a presidência do bloco das mãos do dirigente uruguaio, Tabaré Vázquez, para o venezuelano, Nicolás Maduro, acusado de manter presos políticos e de levar seu país à recessão.

    Para Alfredo Gutiérrez Girault, do Conselho Argentino de Relações Internacionais, a aproximação com a Aliança do Pacífico decorre sobretudo dos interesses econômicos argentinos. "O Mercosul é uma zona de baixo crescimento, o que limita a possibilidade de aproveitar as vantagens do processo de integração."

    Enquanto o FMI projeta queda do PIB para três (Brasil, Argentina e Venezuela) dos cinco membros do Mercosul neste ano, estima expansão para toda a Aliança do Pacífico —ainda que modesta.

    O diplomata Roberto García Moritán, vice-chanceler entre 2006 e 2008, afirma que a presença de Macri na reunião no Chile representa a convergência de políticas entre a Argentina e países como Colômbia e Peru.

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