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    Justiça determina nova eleição para presidente na Áustria

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/07/2016 07h51

    A Corte Constitucional da Áustria, a mais alta do país, determinou nesta sexta-feira (1º) que o país deve ter novas eleições para a Presidência.

    O caso foi julgado após o Partido da Liberdade, do candidato derrotado Norbert Hofer, contestar na Justiça o resultado das eleições, afirmando que a lei foi infringida de diversas formas na maioria dos 117 distritos eleitorais onde a votação ocorreu e apontando para problemas com a triagem de votos de ausentes antes que oficiais da comissão eleitoral tivessem chegado ao local.

    Erwin Scheriau/AFP
    Austrian Freedom Party (FPOe) candidate Norbert Hofer drops his ballot during the second round of Austrian President elections on May 22, 2016 in Pinkafeld some 100km south from Vienna. Austrians began voting in a key presidential runoff which could usher in the European Union's first extreme right-wing leader amid the continent's worst migrant crisis since World War II. The vote pits 45-year-old Norbert Hofer of the anti-immigration Freedom Party (FPOe) against the Green-backed economics professor Alexander van der Bellen, 72. / AFP PHOTO / APA / ERWIN SCHERIAU / Austria OUT ORG XMIT: apa:20160522-29896432-1
    O candidato da extrema-direita austríaca, Norbert Hofer, derrotado na eleição de maio

    O ecologista independente Alexander Van der Bellen venceu a votação ocorrida no dia 22 de maio com 50,3% contra 49,7% do candidato de extrema-direita Norbert Hofer, uma diferença de 31.026 votos.

    Segundo a corte, foi utilizado um padrão rigoroso para avaliar a aplicação das regras na votação. Testemunhas também reclamaram sobre irregularidades na forma como a contagem de votos foi conduzida, incluindo o processamento de votos por correspondência mais cedo do que seria usual.

    O Ministério do Interior havia dito que a maioria dos votos considerados irregulares foram qualificados dessa forma por uma questão meramente técnica, enquanto cédulas ainda eram contabilizadas ou processadas antes nas 9h do dia seguinte às eleições.

    Segundo o órgão, até 23 mil votos teriam sido afetados, com outros 2.000 excluídos por irregularidades mais graves, como adolescentes que ainda não estavam em idade eleitoral, mas que puderam participar da votação.

    A previsão é de que as novas eleições aconteçam entre os meses de setembro e outubro deste ano.

    ELEIÇÕES

    O tom de união dos adversários contra o partido de extrema-direita de Hofer ajudou Bellen a chegar à vitória na votação de maio. Tendo recebido 21,3% dos votos no primeiro turno, o candidato liberal, ex-líder do Partido Verde, recebeu apoio dos partidos tradicionais.

    Primeiro colocado no primeiro turno, com 35,1% dos votos, Hofer usou um tom mais moderado para atrair os eleitores, dando ênfase na geração de empregos e na melhora da qualidade de vida dos austríacos.

    Embora tenha aberto mão do discurso xenófobo que caracterizou seu partido, os militantes defendiam o aumento das restrições à entrada de refugiados e uma tentativa de saída da União Europeia.

    Caso as novas eleições confirmem o resultado, Van der Bellen deverá tornar-se o primeiro candidato ecologista a ser eleito chefe de Estado austríaco, e o único na Europa atualmente. A posse de Bellen estava marcada para 8 de julho, quando iria suceder o social-democrata Heinz Fischer.

    Assim como em outros países da Europa, o presidente da Áustria não é responsável pelo governo. Porém, a chance de vitória de um candidato de extrema-direita e anti-imigração é vista com expectativa no continente.

    O resultado apertado mostra a divisão dos austríacos em relação à imigração e à permanência da União Europeia e foi um claro sinal à política tradicional. Os dois principais partidos do país não foram para o segundo turno.

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