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    Maduro anuncia que racionamento elétrico será suspenso na segunda

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    01/07/2016 23h07

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta sexta-feira (1º) que o racionamento elétrico em vigor no país desde abril será suspenso na segunda (4).

    O racionamento, implementado em resposta à seca que afetou a maior represa do país, havia aumentado dificuldades no dia a dia de uma população já assolada pela escassez de itens básicos e pela grave crise econômica.

    Carlos Garcia Rawlins - 2.jun.2016/Reuters
    Homem para em frente a 'gato' em poste de Caracas; racionamento elétrico será suspenso
    Homem para em frente a 'gato' em poste de Caracas; racionamento elétrico será suspenso

    "Como as chuvas voltaram, que todos os planos de economia de energia funcionaram e que o povo colaborou estoicamente, anuncio que a partir de segunda ficará sem efeito o [racionamento], e o serviço elétrico no país irá operar de maneira normal nas 24 horas do dia", disse Maduro em Caracas, num evento transmitido pela TV estatal.

    Segundo o presidente, o racionamento permitiu à Venezuela escapar por pouco de um apagão generalizado. "Estivemos a seis dias de um colapso."

    O ministro da Energia Elétrica, major-general Luis Motta Domínguez, afirmou que a decisão de normalizar o serviço foi tomada depois que o nível da central hidrelétrica de Guri (sudeste), responsável pelo fornecimento de 63% da energia no país, subiu acima de 245 metros acima do nível do mar.

    O racionamento havia sido implementado depois que a cota havia se aproximado perigosamente do nível crítico de 240 metros, abaixo do qual não haveria água suficiente para manter as turbinas funcionando.

    CONSERVAÇÃO

    O racionamento foi implantado na maior do país e levou a população a sofrer com cortes de energia de ao menos quatro horas por dia. Isso afetou o comércio e a conservação dos alimentos, tema que preocupa muitos venezuelanos pobres devido à escassez de alimentos a preço subsidiado.

    Em Caracas e outras grandes cidades, o racionamento foi restrito ao comércio, obrigado a alterar horários de funcionamento.

    O serviço de água também foi afetado na maior parte do país.

    No auge da crise, em abril e maio, Maduro havia ordenado a suspensão das aulas às sextas e a redução dos horários do funcionalismo público. A maior parte dos servidores passaram a trabalhar na segunda e terça na parte da manhã.

    Essas medidas vinham sendo flexibilizadas desde junho.

    Economistas dizem que o impacto deverá pressionar para baixo o PIB deste ano, que já deveria cair 10% segundo projeção do Fundo Monetário Internacional.

    A oposição reconhece os efeitos da seca provocados pelo fenômeno "El Niño", mas acusa o governo de ter desviado verbas destinadas a investimentos no setor hidrelétrico e de ter falhado em criar infraestrutura para se precaver.

    Outros países da região, como a Colômbia, também sofrem os efeitos da seca, mas o racionamento não atinge as mesmas proporções que na Venezuela.

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