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    Atentados reivindicados pelo Estado Islâmico deixam 125 mortos em Bagdá

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/07/2016 07h00 - Atualizado às 20h56

    Pelo menos 125 pessoas morreram e 200 ficaram feridas neste fim de semana em Bagdá no mais mortal de três grandes ataques reivindicados ou atribuídos à milícia terrorista Estado Islâmico em menos de uma semana.

    No primeiro ataque, na noite de sábado (2), um caminhão frigorífico cheio de bombas foi detonado em uma rua movimentada do bairro de Karrada, no centro da capital iraquiana, provocando a morte de 119 pessoas.

    Khalid al Mousily/Reuters
    Explosão de carro bomba destruiu prédios em área comercial de Bagdá, Iraque
    Explosão de carro bomba destruiu prédios em área comercial de Bagdá, Iraque

    Apesar de ser perto da meia-noite (18h em Brasília), muitas pessoas lotavam a região, a maioria fazendo compras para a festa do Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadã, na próxima quinta (7).

    O caminhão estava estacionado em frente a um movimentado centro comercial, que pegou fogo depois da explosão. A demora para a chegada dos bombeiros também influenciou para que o número de mortos fosse mais alto.

    Onde fica Bagdá

    Dentre as vítimas, estavam 25 crianças, que celebravam o fim do ano letivo com suas famílias. Em comunicado nas redes sociais, o sunita Estado Islâmico assumiu a autoria da ação, dizendo se tratar de vingança contra os xiitas.

    Para a milícia terrorista, os seguidores do xiismo são hereges, motivo pelo qual devem ser perseguidos assim como fiéis de outras religiões. Embora o bairro fosse de maioria xiita, quase metade das vítimas eram sunitas como os extremistas.

    Ainda sob o efeito da primeira explosão, a cidade foi atingida por um novo ataque na manhã de domingo. Desta vez, uma bomba explodiu numa feira do bairro xiita de al-Shaab, matando seis pessoas e deixando 16 feridos.

    A capital iraquiana é atingida dois dias depois de membros da facção matarem 20 reféns em um restaurante de Dacca, em Bangladesh.

    Na última terça (28), foi a vez de 45 pessoas serem mortas por três homens-bomba no aeroporto Mustafa Kemal Atatürk, em Istambul, ação atribuída pelo governo da Turquia ao Estado Islâmico.

    Em maio, a milícia terrorista chamou seus seguidores a promoverem "um mês de sofrimento para os infiéis em qualquer lugar", usando como pretexto o Ramadã.

    A convocação foi similar à feita no ano passado e Bagdá também foi o palco do maior ataque. Em 17 de julho, 115 pessoas morreram na explosão de um caminhão frigorífico cheio de explosivos.

    Entenda o EI

    PERDA DE TERRITÓRIO

    O Estado Islâmico tem aumentado o número de ataques no Iraque ao mesmo tempo em que perde território no país. Na semana passada, os extremistas perderam o controle da cidade de Fallujah para as forças aliadas ao governo iraquiano.

    Esta é a terceira grande cidade perdida pela facção, depois de Ramadi em fevereiro e Tikrit em março. Delas, os militantes só controlam Mossul, a segunda maior cidade.

    Apesar das vitórias nas batalhas contra o Estado Islâmico, o governo do primeiro-ministro, Haider al-Abadi, é pressionado pelos iraquianos pelo aumento dos ataques terroristas às cidades.

    Neste domingo (3), ele foi hostilizado ao visitar Karrada, bairro onde cresceu. Moradores jogaram pedras e sapatos no comboio que o levava. As autoridades temem que, com os novos ataques, a população volte às ruas em protestos como os do ano passado.

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