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    Sobe para 157 número de mortos em ataque reivindicado pelo EI em Bagdá

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    04/07/2016 08h41 - Atualizado às 14h59

    As autoridades iraquianas informaram nesta segunda-feira (4) que aumentou para 157 o número de mortos em um atentado em Bagdá, capital do Iraque, ocorrido na madrugada deste sábado (2), o mais mortal de três grandes ataques reivindicados ou atribuídos à milícia terrorista Estado Islâmico em menos de uma semana.

    Um caminhão frigorífico cheio de bombas foi detonado em uma rua movimentada do bairro de Karrada, no centro da capital iraquiana. Foi o ataque terrorista mais mortal no Iraque em um ano e uma das piores explosões de bombas em mais de uma década de guerra e insurgência.

    Apesar de ser perto da meia-noite (18h em Brasília), muitas pessoas lotavam a região, a maioria fazendo compras para a festa do Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadã, na próxima quinta (7).

    O caminhão estava estacionado em frente a um movimentado centro comercial, que pegou fogo depois da explosão. A demora para a chegada dos bombeiros também influenciou para que o número de mortos fosse mais alto.

    A polícia e funcionários de saúde disseram que o número de vítimas deve aumentar ainda mais, já que unidades de resgate procuram por pessoas desaparecidas. Ao menos outras 192 pessoas ficaram feridas, afirmaram funcionários em condição de anonimato.

    Dentre as vítimas, estavam 25 crianças, que celebravam o fim do ano letivo com suas famílias. Em comunicado nas redes sociais, o sunita Estado Islâmico assumiu a autoria da ação, dizendo se tratar de vingança contra os xiitas.

    Para a milícia terrorista, os seguidores do xiismo são hereges, motivo pelo qual devem ser perseguidos assim como fiéis de outras religiões. Embora o bairro fosse de maioria xiita, quase metade das vítimas eram sunitas como os extremistas.

    Ainda sob o efeito da primeira explosão, a cidade foi atingida por um novo ataque na manhã de domingo (3). Desta vez, uma bomba explodiu numa feira do bairro xiita de al-Shaab, matando seis pessoas e deixando 16 feridos.

    Onde fica Bagdá

    SEGURANÇA

    Horas após a explosão, o primeiro-ministro visitou o local do ataque em Karada, mas uma multidão furiosa cercou sua comitiva, gritando palavrões, atirando pedras e sapatos nos automóveis e chamando Abadi de ladrão.

    Abadi havia decretado neste domingo que um polêmico dispositivo de detecção de bombas fosse retirado de serviço. Ele também pediu a reabertura de uma investigação sobre a aquisição dos detectores eletrônicos, que têm origem britânica e são chamados 651s ADE.

    Além do desligamento de dispositivos, Abadi ordenou que sistemas de raio-X fossem instalados nas entradas de províncias do país.

    O primeiro-ministro também pediu a atualização do cinturão de segurança da capital, maior escaneamento aéreo, uma melhora nos esforços de inteligência e a divisão de responsabilidade entre várias unidades de segurança.

    ATAQUES

    A capital iraquiana foi atingida dois dias depois de membros da facção matarem 20 reféns em um restaurante de Dacca, em Bangladesh.

    Na última terça (28), foi a vez de 45 pessoas serem mortas por três homens-bomba no aeroporto Mustafa Kemal Atatürk, em Istambul, ação atribuída pelo governo da Turquia ao Estado Islâmico.

    Em maio, a milícia terrorista chamou seus seguidores a promoverem "um mês de sofrimento para os infiéis em qualquer lugar", usando como pretexto o Ramadã.

    A convocação foi similar à feita no ano passado e Bagdá também foi o palco do maior ataque. Em 17 de julho, 115 pessoas morreram na explosão de um caminhão frigorífico cheio de explosivos.

    Entenda o EI

    PERDA DE TERRITÓRIO

    O Estado Islâmico tem aumentado o número de ataques no Iraque ao mesmo tempo em que perde território no país. Na semana passada, os extremistas perderam o controle da cidade de Fallujah para as forças aliadas ao governo iraquiano.

    Esta é a terceira grande cidade perdida pela facção, depois de Ramadi em fevereiro e Tikrit em março. Delas, os militantes só controlam Mossul, a segunda maior cidade.

    Apesar das vitórias nas batalhas contra o Estado Islâmico, o governo do primeiro-ministro, Haider al-Abadi, é pressionado pelos iraquianos pelo aumento dos ataques terroristas às cidades.

    Neste domingo (3), ele foi hostilizado ao visitar Karrada, bairro onde cresceu. Moradores jogaram pedras e sapatos no comboio que o levava. As autoridades temem que, com os novos ataques, a população volte às ruas em protestos como os do ano passado.

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