O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta (6) que vai manter até o final do seu mandato, em janeiro, 8.400 homens das forças americanos no Afeganistão, o que diminui o ritmo da retirada militar do país.
O plano anterior era reduzir a atual tropa de 9.800 homens no país para 5.500 no final deste ano.
O presidente americano listou avanços no Afeganistão contra a Al-Qaida, melhorias nas forças militares do país e em condições sociais de vida para a população.
No entanto, ressaltou Obama, "a situação de segurança no Afeganistão continua precária" e grupos terroristas podem se aproveitar desse cenário.
"Não vou permitir que o Afeganistão seja usado como porto seguro para terroristas atacarem novamente nossa nação", disse o presidente em declaração na Casa Branca.
Obama disse que a decisão foi tomada após receber de lideranças militares a recomendação de revisar o plano anterior de uma retirada mais acelerada das tropas. Mais militares no Afeganistão, continuou o presidente, vai ajudar os aliados dos Estados Unidos a preparar suas contribuições ao conflito e o próximo presidente americano a tomar decisões adequadas sobre o envolvimento americano no país, onde luta desde 2001.
"Essa decisão que tomo hoje garante que meu sucessor terá uma fundação sólida para avançar no Afeganistão, assim como flexibilidade para lidar com a ameaça do terrorismo."
Obama lembrou que as forças dos Estados Unidos não mais se engajam em grandes batalhas no território afegão, mas em missões de treinamento, aconselhamento e contraterrorismo.
Ainda assim, afirmou Obama, 38 americanos perderam a vida no Afeganistão no último um ano e meio em ações militares.
No mês passado, mais de uma dúzia de ex-embaixadores americanos e lideranças militares no Afeganistão escreveram a Obama, pedindo que ele mantivesse o atual número de tropas no país até o final de seu mandato.
O anúncio de Obama vai influenciar em seu legado como presidente dos Estados Unidos. Ele assumiu a chefia do país prometendo acabar com as guerras que ele havia herdado, mas se vê hoje em meio a conflitos continuados tanto no Afeganistão e no Iraque mas também em novas frentes, como a Síria e a Líbia.