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    Plebiscito britânico

    Disputa por cargo de premiê no Reino Unido fica entre duas mulheres

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    07/07/2016 13h44 - Atualizado às 22h00

    Quase 26 anos após Margaret Thatcher deixar o poder, o Reino Unido deverá voltar a ter uma mulher à frente do governo a partir de setembro.

    Na segunda prévia para definir quem substituirá David Cameron na liderança do Partido Conservador (e consequentemente, no cargo de premiê), a bancada governista reduziu a disputa nesta quinta (7) a dois nomes: Theresa May, 59, secretária do Interior, e Andrea Leadsom, 53, secretária de Energia.

    Frantzesco Kangaris/AFP
    British Interior Minister Theresa May addresses a press conference in central London on June 30, 2016. British interior minister Theresa May announced her bid to succeed Prime Minister David Cameron on Thursday, saying negotiations to leave the European Union should not begin before the end of the year. / AFP PHOTO / FRANTZESCO KANGARIS
    Ministra do Interior, Theresa May, fala à imprensa em Londres, na semana passada

    A próxima e última etapa acontece na forma de votação por correio, e dela participam os 150 mil filiados ao partido.

    O resultado deverá ser anunciado em 9 de setembro, e a vencedora vai se tornar a segunda mulher a assumir a função de primeira-ministra no país. A primeira foi Thatcher (1979-1990), que ganhou o apelido de Dama de Ferro.

    Na votação desta quinta, May, que já liderara a primeira rodada entre cinco candidatos, recebeu 199 votos, e Leadsom, 84. O secretário da Justiça, Michael Gove, 48, teve 46 votos e foi eliminado.

    Para participar da disputa, Gove havia rompido com o ex-prefeito de Londres Boris Johnson, seu aliado. Johnson, que liderou a campanha pela saída britânica da União Europeia e se colocava como sucessor natural da liderança do partido, desistiu da disputa e apoiou Leadsom.

    May, que está no gabinete há seis anos e abraçou a campanha para que o Reino Unido permanecesse na UE, se diz capaz de unir o partido —a vitória da decisão de sair do bloco em plebiscito no dia 23 criou um vácuo de liderança no país. "Essa votação mostra que o Partido Conservador pode se unir e, sob minha liderança, ele vai", disse.

    Desde o plebiscito, Cameron, que defendeu a permanência na UE, anunciou que renunciaria; Johnson desistiu de concorrer à sucessão; o líder do partido nacionalista Ukip e defensor da separação Nigel Farage abandonou seu posto; e o Partido Trabalhista, pró-permanência, pressiona seu líder, Jeremy Corbyn, a fazer o mesmo.

    Nenhum deles deu sinal de querer conduzir o processo de ruptura imediatamente.

    NOVATA

    Segunda colocada na votação, Andrea Leadsom foi eleita para o Parlamento britânico em 2010 e escolhida ministra em maio do ano passado, após carreira na área financeira —seu currículo tem sido alvo de questionamentos.

    É vista como menos experiente na política que May, que por sua vez é descrita por aliados e rivais como uma nova versão de Thatcher por sua firmeza e conservadorismo. Na disputa do Brexit, Leadsom apoiou o lado vencedor e agora argumenta que o premiê deve ser alguém que acredita na saída do bloco.

    Ben Stansall/AFP
    British Conservative Party leadership candidate Andrea Leadsom waves to supporters before delivering a leadership rally speech in central London on July 7, 2016. Conservative lawmakers will on Thursday choose the final two candidates to replace David Cameron as Britain's next prime minister -- and lead the country out of the European Union. Interior minister Theresa May is the frontrunner, but two Brexit campaigners, Michael Gove and Andrea Leadsom, are battling to be her opponent in the final contest, which will be decided by 150,000 Conservative Party members. / AFP PHOTO / BEN STANSALL ORG XMIT: 2150
    Andrea Leadsom acena a apoiadores antes de falar em ato em Londres, nesta quinta (7)

    Em discurso a simpatizantes, a secretária prometeu "banir os pessimistas" preocupados com o Brexit, argumentando que seria possível manter livres trocas comerciais com a União Europeia e, ao mesmo tempo, controlar o fluxo migratório para o Reino Unido —algo tido por críticos como pouco realista.

    Além de Johnson, a ministra de Energia recebeu o apoio de Farage. "Importante que o próximo premiê seja favorável ao Brexit —ela tem meu apoio", tuitou.

    A nova premiê será responsável por liderar as negociações para a saída do Reino Unido da UE, destino de metade das exportações britânicas, e, ao mesmo tempo, manter equilibrados o governo e a economia do país, abalados pela votação do mês passado. A libra registrou nesta semana seu pior valor em mais de três décadas.

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