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    Homem morto em Minnesota trabalhava com crianças em escola

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    08/07/2016 02h04

    Philando Castile, 32, era reincidente: "Ele empurrava mais comida para as crianças, como uma avó", disse o pai de um aluno da escola em que ele trabalhava como supervisor de refeitório, em Falcon Heights, 5.500 moradores (71% brancos e 8% negros como a vítima), Minnesota.

    Castile foi morto por um policial na noite de quarta (6), cena gravada pela namorada, Diamond Reynolds, e transmitida no Facebook.

    STF/AFP
    Fotografias mostram cenas do vídeo gravado imediatamente após a polícia disparar contra Castile
    Fotografias mostram cenas do vídeo gravado imediatamente após a polícia disparar contra Castile

    No vídeo, Reynolds diz que Castile tinha autorização para porte de arma. Ele teria avisado o policial sobre a pistola, segundo sua namorada, e ao tentar pegar a carteira de motorista recebeu um tiro.

    Alguns amigos chamavam Castile, com histórico de notas A no colégio, de "doc" (doutor), segundo um primo.

    Ele tinha acabado de cortar o cabelo quando foi parado numa blitz. Seus antecedentes incluem dirigir sem cinto de segurança e duas acusações de porte de maconha, ambas revogadas.

    Castile trabalhava desde 2002 em colégios e às vezes surpreendia alunos escondendo biscoitos nas mochila.

    No Facebook, postava comentários como "trabalho duro compensa!" e letras politizadas, uma do rapper Tupac Shakur (1971-1996): "Eles têm dinheiro para guerras, mas não podem alimentar seus pobres".

    Na véspera, outro policial branco matou outro homem negro: Alton Sterling, de Baton Rouge (Louisiana).

    O "gigante" gentil e asmático, como amigos definiram o homem de 140 kg, vendia CDs no estacionamento de um posto, onde foi morto. Segundo a CNN, um morador de rua acionou o número de emergência porque pediu dinheiro e, ao insistir, Sterling lhe mostrou uma arma.

    Ele era fichado na polícia por violência doméstica, luta corporal com um policial e agressão sexual contra uma jovem de 14 anos, que teria engravidado de Sterling, seu namorado, com 20 anos na época.

    Mãe de um filho de 15 anos de Sterling, Quinyetta McMillon pediu que a ficha criminal não fosse usada para "obscurecer a imagem de um homem que simplesmente tentava ganhar a vida para cuidar de suas crianças".

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