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    Coreia do Norte lança míssil balístico de submarino em série de testes

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    09/07/2016 12h51

    Jung Yeon-Je/AFP
    A man watches a television news broadcast at a railway station in Seoul on July 9, 2016, showing file footage of a North Korean missile launch. North Korea on July 9 test-fired what appeared to be a submarine-launched ballistic missile (SLBM), Seoul's defence ministry said, a day after the US and South Korea decided to deploy an advanced missile defence system in the South. / AFP PHOTO / JUNG YEON-JE ORG XMIT: JYJ737
    Norte-coreano assiste transmissão do lançamento de míssil neste sábado (9)

    A Coreia do Norte lançou neste sábado um míssil balístico, por meio de um submarino, segundo informações dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. Esta seria a última tentativa de uma série de testes para aprimorar tecnologias de transporte de ogivas nucleares.

    O míssil foi lançado às 11h30 da manhã (horário local) próximo à cidade costeira de Sinpo, no leste do país, onde analistas já haviam detectado esforços do Norte de desenvolver sistemas de mísseis balísticos lançados por submarinos, afirmou um representante do Ministério da Defesa de Seul, que não foi identificado por regras internas.

    O analista não confirmou qual a velocidade do míssil ou onde ele caiu. A junta de chefes do Estado-Maior da Coreia do Sul afirmou em comunicado que presume que o míssil tenha sido ejetado com sucesso do submarino mas fracassou nos estágios iniciais de voo.

    A agência de notícias sul-coreana Yonhap afirmou que o míssil teria voado por alguns quilômetros antes de explodir no ar, mas representantes do Ministério da Defesa não confirmaram a informação por uma política de não comentar questões de inteligência.

    O Comando Estratégico dos Estados Unidos também afirmou que o míssil foi monitorado entre a península coreana e o Japão, onde teria caído. "Condenamos fortemente esse e outros testes norte-coreanos, que violam resoluções do Conselho de Segurança da ONU que proíbem explicitamente os lançamentos usando tecnologia de mísseis balísticos pelo país", disse o comandante Gary Ross, porta-voz do Pentágono.

    O fato de a Coreia do Norte conseguir formas de lançar mísseis a partir de submarinos é preocupante para rivais e vizinhos, já que estes são mais difíceis de detectar com antecedência. Embora especialistas em segurança afirmem que é pouco provável que a Coreia do Norte tenha um artefato em operação que seja capaz de lançar mísseis, eles reconhecem que o Norte está tendo progresso neste tipo de tecnologia.

    O lançamento é "um claro desafio às resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe neste sábado, de acordo com a agência de notícias Kyodo. "Devemos condenar fortemente esse lançamento trabalhando com a comunidade internacional". Segundo Abe, não há ameaça à segurança nacional japonesa.

    Os EUA afirmaram que estão monitorando a situação em coordenação com seus aliados e parceiros regionais. "Condenamos o teste de mísseis norte-coreano, que viola as resoluções do Conselho de Segurança da ONU", afirmou Gabrielle Price, porta-voz do Birô de Assuntos do Leste da Ásia e Pacífico do Departamento de Estado dos EUA.

    "Essas ações, e a contínua tentativa de aumentar suas capacidades neste sentido, criam uma ameaça significativa aos EUA, a nossos aliados e à estabilidade da região".

    O país já possui um arsenal considerável de mísseis balísticos baseados em terra e acredita-se que esteja avançando esforços para miniaturizar as ogivas em mísseis, por meio de testes nucleares e com foguetes. A última vez que a Coreia do Norte lançou arsenal por submarino foi em abril, chamando a empreitada de "um sucesso que fortaleceu a habilidade de atacar inimigos com uma marca de destruição".

    Representantes sul-coreanos afirmaram à época que o míssil voou por cerca de 30 quilômetros antes de provavelmente explodir no ar. O país também testou um arsenal do tipo em 25 de dezembro, mas a iniciativa foi considerada um fracasso, de acordo com a junta de Chefes do Estado-Maior sul-coreano.

    A primeira vez que a Coreia do Norte afirmou ter tido sucesso em um teste do tipo foi em maio do ano passado. O lançamento deste sábado acontece um dia depois que militares dos EUA e da Coreia do Sul afirmaram estar prontos para implementar um sistema avançado de defesa para lidar com as ameaças do norte.

    Seul e Washington iniciaram conversas formais para lançar o sistema após a condução de um teste nuclear e o lançamento de um foguete de longo alcance neste ano pelo país.

    A China, a Rússia e a Coreia do Norte afirmam que o sistema pode ajudar os radares norte-americanos a detectar mísseis em seus países. A decisão foi anunciada horas depois de a Coreia do Norte reagir às novas sanções dos EUA contra o líder Kim Jong Un e outros representantes por abusos aos direitos humanos.

    O ministro do Exterior norte-coreano afirmou que essas medidas são equivalentes a uma declaração de guerra. O país já havia recebido pesadas sanções em razão de seu programa de armas nucleares.

    Esta última declaração marcou a primeira vez em que Kim foi pessoalmente um alvo das penalidades e a primeira vez que oficiais norte-coreanos entraram na lista negra do Departamento do Tesouro dos EUA por conexão com abusos aos direitos humanos.

    Em tese, as duas Coreias continuam em guerra, já que o conflito que durou três anos (1950-1953) terminou com um armistício e nunca se chegou a acordo para um tratado de paz. Os EUA mantém cerca de 28.500 militares na Coreia do Sul como forma de dissuadir eventuais tentativas de agressão do vizinho do norte.

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