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    Obama nega polarização racial nos EUA após ataque a policiais

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    09/07/2016 15h09 - Atualizado às 19h51

    Discursando durante a cúpula da Otan (aliança militar ocidental) em Varsóvia, o presidente dos EUA, Barack Obama, tentou minimizar neste sábado (9) o clima de tensão racial em seu país.

    Ele pediu aos americanos que não sucumbam à imagem de país racialmente dividido após os episódios da morte de dois homens negros em ações pela polícia e o ataque de um veterano de guerra negro contra policiais em Dallas que deixou cinco mortos.

    "Por mais dolorosa que esta semana tenha sido, eu acredito que a América não esteja dividida como alguns sugerem", disse o presidente, em entrevista a jornalistas durante a cúpula na Polônia.

    Na terça (5), dois policiais mataram a tiros Alton Sterling, 37, enquanto tentavam detê-lo em Baton Rouge, Louisiana. Um dia depois, Philando Castile, 32, foi morto por outro policial que parara seu carro em uma blitz em Falcon Heights, subúrbio de St. Paul, a capital do Estado. Castile, que como Sterling era negro, morreu em decorrência do ferimento.

    Na quinta (7), durante um protesto em Dallas contra a violência policial, um franco-atirador abriu fogo contra os policiais que faziam a segurança do ato, matando cinco e ferindo sete.

    A tensão racial em solo americano dominou boa parte das declarações de Obama —que encurtou a viagem à Europa para visitar Dallas nesta segunda-feira (11).

    "Não podemos deixar as ações de alguns definirem quem somos todos nós", continuou Obama, acrescentando que não vê o país de volta ao clima de ódio racial e polarização dos anos 1960.

    "Não estamos vendo revoltas, não estamos vendo a polícia atrás de gente que protesta de maneira pacífica. [...] Por mais difícil e deprimente que a perda de vidas desta semana tenha sido, nós temos uma base a partir da qual nos reconstruirmos."

    Obama chamou o atirador de Dallas de "indivíduo perturbado" e disse que ele "não é mais representativo dos afroamericanos que o atirador de Charleston é representativo dos americanos brancos ou os atiradores de Orlando ou San Bernardino são representantes dos americanos muçulmanos."

    BREXIT

    Obama falou ainda da saída do Reino Unido da União Europeia, decidida em plebiscito histórico no último dia 23 de junho.

    Ele disse não acreditar que a decisão possa ser revertida, apesar da oposição de muitos à chamada Brexit. Neste sábado, o governo britânico rejeitou uma petição assinada por mais de 4 milhões de pessoas —inclusive residentes estrangeiros sem direito a voto no plebiscito— por uma segunda consulta popular sobre a saída do Reino Unido.

    Segundo Obama, Washington, como amigo, aliado e parceiro comercial de Londres, quer ver um processo de transição ordenado no Reino Unido e manter uma relação a mais próxima possível. "É importante que nenhum lado endureça suas posições de modo a danificar suas respectivas economias e, ao fim, a economia mundial", disse o americano.

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