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    Definição do Mercosul sobre Venezuela deve sair em agosto

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES
    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    15/07/2016 02h34

    Representantes do Mercosul reunidos na última segunda-feira (11) para discutir a controversa transmissão da presidência rotativa do bloco à Venezuela haviam adiado as conversas para esta quinta-feira (14), mas o encontro acabou não ocorrendo.

    A suspensão da reunião, que nenhum membro se empenhou em concretizar, expõe o racha no bloco e reforça expectativas de que o tema só voltará a ser discutido em agosto, como queriam Brasil e Paraguai.

    Carlos Lebrato - 3.fev.2016/Anadolu Agency/Getty Images
    Sede do Mercosul, em Montevidéu; reunião sobre situação da Venezuela desta quinta não ocorreu
    Sede do Mercosul, em Montevidéu; reunião sobre situação da Venezuela desta quinta não ocorreu

    Com isso, o Uruguai prorroga sua permanência à frente do bloco em vez de entregá-la à Venezuela, como mandava o cronograma de rotação semestral por ordem alfabética.

    O Uruguai é o único membro favorável à transmissão da presidência, que deveria ter sido efetivada na última terça-feira (12).

    O Paraguai quer barrar a Presidência venezuelana sob a justificativa de que o governo chavista viola direitos humanos e persegue políticos da oposição.

    A reunião da última segunda havia sido convocada por Assunção em busca de uma posição comum sobre o tema.

    POSIÇÕES

    Críticos dizem que o Paraguai busca retaliar sua suspensão do bloco, em 2012.

    A exclusão de Assunção, que durou um ano, havia eliminado a única resistência à adesão da Venezuela ao Mercosul, ocorrida naquele mesmo ano.

    O Brasil também se opõe à Presidência venezuelana. O argumento brasileiro, porém, é que Caracas precisa cumprir com todas as suas obrigações tarifárias, comerciais e legais antes de passar a presidir o bloco.

    A Venezuela aderiu em 2012 e se comprometeu a se adequar a todas as normas até agosto deste ano.

    Caracas está em falta com mais da metade de suas obrigações, o que não impediu de presidir o bloco em 2013.

    Já a Argentina mantém posição dúbia, embora, nas últimas semanas, tenha se declarado contra a Presidência venezuelana.

    Caracas tem acusado Brasília, Assunção e Buenos Aires de "violar estatutos" do Mercosul.

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