A facção terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou autoria pelo ataque a um trem na Alemanha, nesta segunda (18), que feriu pelo menos cinco pessoas.
"O responsável pelo esfaqueamento na Alemanha era um dos combatentes do Estado Islâmico e desencadeou a operação em resposta ao chamamento para atacar países da coalizão que luta contra o Estado Islâmico", disse um comunicado postado pela Amaq, ligada à facção terrorista, nesta terça (19).
A reivindicação veio horas depois de o adolescente afegão, de 17 anos, que aguardava a concessão de refúgio na Alemanha, ter atacado, com um machado e uma faca, passageiros em um trem na região de Wuerzburg, na noite de segunda.
O agressor foi morto pela polícia.
O grupo divulgou um vídeo do autor do atentado anunciando que cometeria este ataque e proferindo ameaças contra os "países infiéis".
Neste vídeo divulgado pela agência Amaq, habitual porta-voz do EI, o jovem afegão, apresentado sob o nome de "Muhammad Riyad", aparece com uma faca na mão, anunciado em língua pashtum que realizaria uma "operação" na Alemanha e se apresentando como um "soldado do califado".
RADICALIZAÇÃO
"Já durante a primeira ligação para o número de emergência, uma testemunha disse que ele gritava 'Allahu akbar' [Deus é maior] no trem", disse à rede ZDF Joachim Herrmann, ministro do Interior da Bavária. "Também, durante uma busca em seu quarto, uma bandeira do EI pintada à mão foi encontrada."
Herrman afirmou, depois, em entrevista a jornalistas, que um bilhete encontrado no quarto do adolescente indica a possibilidade de auto-radicalização.
O ministro, no entanto, destacou ser cedo para tirar conclusões sobre a motivação para o ataque.
As autoridades europeias ainda tentam entender que tipo de vínculo existiu entre o autor do ataque em Nice, na semana passada, e a facção terrorista, que também reivindicou autoria pelo atentado na França.
Três das vítimas estão em estado grave, sendo que duas são turistas de Hong Kong, segundo o hospital universitário de Wuerzburg.
REFÚGIO
O adolescente afegão não teve o nome revelado pelas autoridades, mas algumas informações já são conhecidas.
Ele entrou na Alemanha há dois anos, como um menor desacompanhado e pediu refúgio em março do ano passado.
Durante o período, ele viveu em um abrigo para jovens refugiados até que, há duas semanas, foi colocado na casa de uma família na região de Wuerzburg.
O adolescente foi descrito como uma pessoa calma e que não dava pistas de ser um extremista.