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    Líder do 'brexit' é recebido como herói em convenção republicana

    MARCELO NINIO
    ENVIADO ESPECIAL A CLEVELAND

    20/07/2016 14h12

    Odiado por muitos britânicos e europeus, Nigel Farage foi recebido como herói na convenção do Partido Republicano em Cleveland (Ohio) que na terça (19) confirmou Donald Trump como candidato à Presidência.

    Um dos líderes da campanha pela saída do Reino Unido da União Européia, Farage teve dificuldade de deixar o local, cercado de republicanos ávidos por uma foto a seu lado. Seu sucesso com os fãs de Trump não o surpreendeu.

    "Há muitos eleitores nos dois países cansados de políticos que os tratam com paternalismo. Eles querem líderes que falem a verdade", disse Farage nesta quarta (20) durante um evento paralelo à convenção. "Trump acerta ao falar de coisas que outros preferem varrer para debaixo do tapete".

    Andrew Cowie/Rex Shutterstock//Xinhua
    (160704) -- LONDRES, julio 4, 2016 (Xinhua) -- El líder del Partido de la Independencia de Reino Unido (UKIP, por sus siglas en inglés), Nigel Farage, participa durante una conferencia de prensa en el Centro Emmanuel, en Londres, Reino Unido, el 4 de julio de 2016. El político euroescéptico Nigel Farage dimitió el lunes como líder del Partido de la Independencia del Reino Unido (UKIP), alegando que su ambición política se había cumplido tras la victoria de los partidarios del "Brexit" en el referéndum británico. (Xinhua/Andrew Cowie/Rex Shutterstock/ZUMAPRESS) (jp) (ah) ***DERECHOS DE USO UNICAMENTE PARA NORTE Y SUDAMERIA***
    Líder do Ukip, Nigel Farage participa de coletiva de imprensa em Londres, no início do mês

    Farage veio a Cleveland a convite do Partido Republicano, segundo ele interessado em saber como a campanha do "brexit" conseguiu mobilizar eleitores que há anos não iam às urnas. "Eles acham que podem aprender alguma coisa", disse.

    O discurso ultranacionalista e contra os imigrantes de Farage levou a comparações com a campanha de Trump, cujo slogan é "Faça a América grande novamente". O político britânico reconhece que a retórica antiimigração foi crucial para a saída da UE ter saído vitoriosa no plebiscito de junho.

    "Se nossa campanha tivesse sido unicamente em torno de soberania e autodeterminação, teria sido muito difícil vencer", afirmou, negando que a retórica tenha sido xenófoba. "Apenas acreditamos que nós é que devemos decidir quantas pessoas entram em nosso país, não a UE".

    Farage também negou que tenha sido movido por um espírito isolacionista —uma crítica também feita a Trump— ou antieuropeu. "Não é o caso. Trabalhei anos numa empresa francesa antes de ser demitido. E sou casado com um alemã, então ninguém precisa me dizer como é viver sob controle alemão", brincou.

    Conhecido por seus ataques a Barack Obama, Farage já o chamou de o presidente americano mais antibritânico da história, por suas declarações contra o "brexit". Na verdade, disse, Obama acabou tendo um papel importante para o resultado do plebiscito britânico.

    "Vou ser eternamente grato a Obama, porque ele veio a nosso país e foi rude, nos disse o que fazer. E isso deu grande impulso ao 'brexit'. Obrigado, Obama, por nos ajudar a vencer o plebiscito", disse.

    Embora cauteloso para não repetir o mesmo "erro" de interferir no processo político de um país estrangeiro, Farage não escondeu sua admiração por Trump, com reservas a certos pontos da campanha do magnata, como a proposta de vetar a entrada de muçulmanos no país, que "seria muito difícil de implementar". Mas também não hesitou em alfinetar a provável rival democrata de Trump na eleição presidencial, Hillary Clinton.

    "Não votaria na Hillary nem se me pagassem", disse. Farage não foi convidado para a convenção democrata que deve confirmar a candidatura de Hillary, na semana que vem.

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